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Dólar tem nova queda após pesquisa do Ibope e vai a R$ 3,72

Pesquisa de intenção de voto apresentou candidato Jair Bolsonaro (PSL) com 59% dos votos válidos, ante 41% de Fernando Haddad; com exterior positivo, Ibovespa fechou em alta de 2,83%

Foto do author Altamiro Silva Junior
Por Altamiro Silva Junior (Broadcast) e Paula Dias
Atualização:

O dólar teve novo dia de queda e chegou temporariamente a ser cotado abaixo de R$ 3,70, mas não resistiu a operar abaixo deste patamar e terminou a terça-feira, 16, em R$ 3,7223, com baixa de 0,43%.

Os investidores mostraram animação com o resultado da pesquisa do Ibope, que mostrou Jair Bolsonaro (PSL) ampliando a distância de Fernando Haddad (PT) e ainda o aumento da rejeição de seu oponente. A queda do dólar ante outras moedas de emergentes também ajudou a retirar pressão no mercado de câmbio brasileiro.

Em queda, dólar rompeu o patamar informal de R$ 3,70 nesta terça-feira. Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

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Na mínima do dia, na parte da manhã, o dólar foi a R$ 3,6918, mas a moeda segue encontrando resistência em se manter abaixo do R$ 3,70. A moeda americana não fecha abaixo deste patamar desde 25 de maio. 

Para o gerente de mesa de câmbio da Tullett Prebon, Italo Abucater dos Santos, uma das razões é o temor do mercado de que o Banco Central possa tomar alguma medida, como parar a rolagem dos contratos de swap que vem fazendo diariamente. O real vem subindo muito rapidamente ante o dólar na comparação com outras moedas de países emergentes.

Este mês, o dólar recua 8,1% aqui, enquanto sobe 0,50% no México e 1% na Índia. A exceção é a Argentina, onde o dólar caiu 13%, mas lá teve eventos domésticos, como a ampliação do pacote de ajuda do Fundo Monetário Internacional (FMI). Nesta segunda-feira, 16, o BC rolou US$ 385 milhões de papéis que vencem em novembro. Se mantiver as rolagens diárias, as operações devem somar US$ 8,027 bilhões. 

Para o analista da Tullett Prebon, o câmbio já precificou uma possível vitória de Bolsonaro no segundo turno e agora o mercado vai querer ver mais detalhes da agenda de reformas, ainda muito difusa. Por isso, a tendência é que o dólar fique na casa dos R$ 3,70 a R$ 3,75 nos próximos dias, caso não apareça nenhuma fato novo.

Pesquisa do banco americano Bank of America Merrill Lynch, que entrevistou gestores que administram US$ 113 bilhões, mostra que 50% dos participantes veem o dólar terminando este ano abaixo de R$ 3,80, ante apenas 20% no mês passado. Mas menos de 8% acreditam na moeda inferior a R$ 3,60 em dezembro. 

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Na parte da tarde, a moeda americana bateu máximas e chegou a R$ 3,7312. Operadores observaram saídas de fluxos pelo canal financeiro, que entraram pela manhã e ajudaram a moeda a atingir mínima.

Mercado de ações

O aumento do apetite por risco no mercado internacional acentuou a tendência de alta do Índice Bovespa, que fechou com ganho de 2,83% nesta terça-feira, aos 85.717,56 pontos, na máxima do dia. O rali das bolsas de Nova York no período da tarde deu fôlego não apenas à Bolsa brasileira, mas também às demais emergentes.

"Os investidores estrangeiros foram destaque de compra no pregão de hoje e, ao que tudo indica, interromperam um movimento de realização de lucros que vinha se evidenciando nos últimos dias. Foram três pregões consecutivos de saídas líquidas - entre os dias 9 e 11 - que somaram quase R$ 800 milhões", disse Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença Corretora. Nos últimos dias, observa, o investidor estrangeiro zerou suas posições compradas, num comportamento que pode indicar a iminência de uma realização de lucros.

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O cenário eleitoral doméstico segue como uma das variáveis mais importantes para determinar os rumos do Ibovespa nas próximas semanas. As ações sensíveis a risco político tiveram desempenho destacado no pregão de hoje, quase todas com altas superiores à média. Banco do Brasil ON subiu 4,37% e Petrobras ON e PN ganharam 3,65% e 3,73%, respectivamente. Eletrobras ON e PNB avançaram 5,11% e 2,77%, nesta ordem.

Na análise setorial, a liderança do dia ficou como o Índice Imobiliário (IMOB), que subiu 4,48% no dia, à frente do Índice Financeiro (IFNC), que ganhou 3,71%. Já o Índice de Materiais Básicos (IMAT) teve desempenho mais fraco, com ganho de 1,30%, em boa parte influenciado pelo desempenho das ações da Vale, que ficaram próximas da estabilidade.

"A vitória de Bolsonaro - ou a derrota de Fernando Haddad - já está bastante precificada no mercado, o que sugere uma realização de lucros iminente. Além disso, os ativos internacionais não estão tão positivos assim, se olharmos os acumulados das últimas semanas. Mas o investidor ainda não viu um motivo para começar a vender", disse um gerente de mesa de ações.

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