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Dólar volta a fechar em queda, Bolsa sobe

A trégua vivenciada no exterior esta manhã abriu espaço para que o mercado doméstico se concentrasse nas boas notícias internas e derrubasse a cotação do dólar

Por Agencia Estado
Atualização:

Depois de um dia de forte alta, no qual chegou a atingir o maior patamar do ano (R$ 2,4000), o dólar comercial encerrou o dia em queda de 4,42% em relação aos últimos negócios de ontem, cotado a R$ 2,2940 na ponta de venda das operações. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a máxima de R$ 2,3550 e a mínima de R$ 2,2830. Às 16h38, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) está em alta de 4,07%. As taxas de juros negociadas no mercado futuro recuaram. Os contratos com vencimento em junho, negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) pagam taxa de 15,400% ao ano, frente ao fechamento de 15,480% ontem. A trégua vivenciada no exterior esta manhã abriu espaço para que o mercado doméstico se concentrasse nas boas notícias internas e derrubasse a cotação do dólar. Foi anunciado hoje o superávit primário - arrecadação menos as despesas, exceto o pagamento de juros - do setor público em abril, de R$ 19,429 bilhões, muito acima do esperado - entre R$ 14 bilhões e R$ 16,1 bilhões. O resultado obtido não só foi muito maior do que o projetado como é o melhor da série histórica. O superávit nominal - resultado do setor público, levando em conta o pagamento dos juros -, de R$ 6,553 bilhões, também é recorde. E os analistas já atestam que a meta do superávit primário para o ano, de 4,25% do PIB, será cumprida, apesar de este ser um ano eleitoral. Cenário externo favorece Mas o mercado não ficou alheios aos acontecimentos externos. A acentuação da queda do dólar também foi influenciada pelos dados da economia dos EUA. Foi anunciada a revisão do Produto Interno Bruto (PIB). O número foi revisado para uma expansão anualizada de 5,3%, acima do crescimento de 4,8% registrado na primeira estimativa, mas abaixo dos prognósticos dos analistas de uma variação de 5,8%. Os índices de inflação do relatório do PIB, que têm despertado atenção dos investidores, foram, no geral, mantidos inalterados, aliviando a preocupação do Federal Reserve na seara das pressões inflacionárias. Outro dado desfavorável foi o de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA, que caíram apenas 40 mil na semana passada, ante a expectativa de declínio de 52 mil previsto pelos analistas. No entanto, o dado de vendas de imóveis usados apontou queda de 2% em abril, inferior ao recuo de 2,5% previsto por economistas. Ou seja, no geral, a economia nos Estados Unidos dá sinais de crescimento abaixo do esperado, o que reduz a possibilidade de nova alta de juros nos Estados Unidos. Isso porque, quando a economia está menos aquecida, o risco de inflação é menor e, portanto, a necessidade de elevar os juros para conter os preços também é menor. Sem alta dos juros, a migração de recursos para o mercado americano tende a ser menor, aliviando a pressão de alta sobre as cotações. No mês, dólar acumula alta Em maio, até o fechamento de hoje, a alta do dólar é de 7,85%. Depois de muito tempo em queda, o dólar parece ter revertido esta tendência, ao menos por enquanto. Contudo, o certo é que as cotações continuarão oscilando. Veja aqui quais os riscos que tomaram conta do mercado nos últimos dias: Liquidez - nos últimos anos, as taxas de juros dos EUA, UE e Japão permaneceram muito baixas. Com isso havia um "mar" de capital no mundo em busca de investimentos com maior retorno. Emergentes - países como Brasil, México, Rússia e outros foram beneficiados por essa maré de liquidez. Muitos investidores passaram a aplicar em emergentes, que dão retornos maiores. EUA - a inflação dos EUA começa a dar mostras de que vai subir. Se subir, o Fed vai continuar elevando os juros. Os investimentos nos países ricos passam a ser mais atraentes do que em emergentes. Daí, espera-se uma reversão dos fluxos de capital.

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