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Dólar volta a subir e fecha no maior nível em quase 1 mês

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Por Silvio Cascione
Atualização:

O estresse nos mercados globais impulsionou o dólar nesta quarta-feira, e a moeda americana voltou a se aproximar do patamar de 1,80 real. A divisa subiu 0,62 por cento e terminou o dia a 1,778 real. Na máxima, o dólar chegou a ser negociado a 1,797 real no pregão à vista da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). A moeda registra alta de 2,3 por cento em novembro, mas a queda no ano ainda é expressiva --16,8 por cento. O mercado de câmbio foi dominado pelo aumento da aversão a risco no exterior. Na visão dos investidores, a crise imobiliária e a alta do petróleo, que ficou a poucos centavos da marca de 100 dólares por barril, pressionam a economia norte-americana, que vê o crescimento desacelerar em meio ao aumento da inflação. Ao mesmo tempo, o prejuízo dos bancos com hipotecas de alto risco (subprime) ainda assusta o mercado, que não consegue estimar com exatidão o impacto sofrido pelo setor financeiro. Essa convergência de fatores negativos derrubou as bolsas de valores em todo o mundo e empurrou o dólar ladeira abaixo ante outras moedas fortes, como o euro. O risco Brasil, que vinha sendo cotado nas últimas semanas abaixo de 200 pontos, escalou 11 pontos e atingiu 232 pontos-básicos. "O mercado está bem temeroso", disse Renato Schoemberger, operador da Alpes Corretora, acrescentando que a entrada de recursos para aplicar no mercado brasileiro foi praticamente interrompida nos últimos dias devido à turbulência. O movimento é o mesmo que foi sentido em outros mercados emergentes, que também viram uma forte alta do dólar em relação a suas moedas. O operador ressalvou, porém, que o superávit da balança comercial garante ainda um fluxo de câmbio positivo para o Brasil. Sidnei Nehme, diretor-executivo da NGO Corretora, tem visão semelhante: "(a alta do dólar) reflete não necessariamente o fluxo, mas sim os ajustes de posições como atitude de precaução ante um cenário complexo e de tendência não bem definida". Segundo dados do BC, o fluxo cambial para o país ficou positivo em 3,148 bilhões de dólares na primeira metade de novembro, sustentado pelas exportações. Schoemberger espera que o restante da semana seja menos tenso, já que os Estados Unidos param na quinta-feira para comemorar o Dia de Ação de Graças. Na metade da sessão, o Banco Central voltou a realizar um leilão de compra de dólares no mercado à vista. A autoridade monetária definiu taxa de corte a 1,7780 real e definiu, segundo operadores, ao menos uma proposta. (Edição de Angela Bittencourt)

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