RAÍZES NO PARAGUAI
As raízes da estévia estão no Paraguai e Brasil, onde as pessoas usaram folhas da planta para adoçar alimentos durante séculos.
Tornou-se um grande negócio nos Estados Unidos por meio do vendedor de produtos médicos chamado James May, que provou o estévia em 1982, quando um voluntário do Peace Corps lhe ofereceu algumas folhas do Paraguai.
"Depois de prová-los, dei a ele as minhas economias para voltar para o Paraguai e enviar-me algumas folhas de estévia ", disse ele à Reuters.
Ele agora dirige a Wisdom Brands Natural, em Gilbert, Arizona, cujo adoçante é usado em molhos para saladas e sorvetes.
Seu grande avanço veio em 2008, quando os reguladores dos EUA aprovaram a estévia como adoçante depois de mais de duas décadas de lobby. Até então, ele havia sido usado em alimentos, mas não como um adoçante.
Cerca de 17 por cento dos consumidores norte-americanos entrevistados em 2013 pelo Natural Marketing Institute disseram que usam estévia, contra apenas 4 por cento em 2008. Pouco menos de metade dos consumidores usam açúcar, abaixo de 57 por cento da pesquisa de 2008.
QUÃO NATURAL É "NATURAL"?
Embora grande parte do apelo de estévia é de que ela é natural, alguns críticos apontam que a maioria dos produtos comercializados incluem mais de açúcar de milho e outros ingredientes do que a própria planta estévia, e que o termo "natural" é um território complicado para as empresas de alimentos.
Em 2013, a Cargill concordou em pagar 5 milhões de dólares para resolver uma ação coletiva em um tribunal do Estado de Minnesota, em processo que alegou que sua marca Truvia não deveria ser comercializada como "natural", porque é altamente processada ??e utiliza ingredientes geneticamente modificados.
A porta-voz da Truvia, Katie Woolery, disse que o produto é feito a partir de ingredientes naturais e atende a todas as diretrizes legais.
Mesmo assim, outros estão apostando na estévia como sendo mais do que apenas uma moda passageira nos EUA. No Japão, onde o produto tem sido usado desde a 1970, estabeleceu-se em um mercado em bebidas de esportes.
"O açúcar pode estar em perigo. Se há um produto que pode ter o sabor parecido com o do açúcar, há potencial para que esse produto tomar mercado", disse Jeff Stafford, analista da Morningstar, em Chicago.
Alguns fabricantes de alimentos e bebidas consumidas em casa já têm adotado o adoçante sem calorias: a produtora de iogurte Chobani colocou estévia em sua primeira marca "light" de iogurte, Simply 100, e a PepsiCo está lançando um novo refrigerante neste mês que usa o produto.