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Dreyfus e GP largam na frente na briga pela Santelisa

Por e Eduardo Magossi
Atualização:

A Santelisa Vale, segundo maior grupo sucroalcooleiro do País, com processamento de 25 milhões de toneladas de cana por ano, iniciou um memorando de entendimento com um novo investidor para a compra de parte dos seus ativos e deve finalizá-lo até a próxima semana, segundo fontes da companhia. Com uma dívida superior a US$ 3 bilhões, a Santelisa atraiu sete potenciais compradores que realizaram uma avaliação preliminar das finanças da usina, mas duas aparecem como favoritas: a francesa Louis Dreyfus e a GP Investimentos. A Agência Estado apurou que a multinacional de origem francesa Louis Dreyfus Commodities (LDC), que tem oito usinas no Brasil administradas pelo seu braço sucroalcooleiro, a LDC Bioenergia, propôs injetar R$ 1,5 bilhão na Santelisa Vale. No entanto, propôs assumir 60% do capital acionário do grupo, enquanto os atuais acionistas pretendiam ceder 40% pelo valor recebido e ficar com outros 40%. Os 20% restantes viriam da ampliação da participação do BNDESPar, braço de participações do BNDES, hoje com cerca de 7% da empresa. O BNDESPar deve injetar R$ 500 milhões no grupo. Mesmo com o impasse, a LDC Bioenergia seria a favorita entre parte dos acionistas da Santelisa Vale. A dívida restante, estimada em R$ 1,8 bilhão, deve ser renegociada por oito anos, com três anos de carência e cinco de pagamento. A GP Investimentos, que firmou uma parceria operacional com o Grupo São Martinho nos últimos dias, também seria forte candidata para fechar negócio. Segundo fonte próxima às negociações, a GP está sendo vista com bons olhos pelos bancos responsáveis pela negociação porque a empresa teria os recursos pedidos pela Santelisa e também porque possui um perfil agressivo e expertise comprovada na área de gestão e reestruturação financeira, requisitos necessários para a Santelisa neste momento, já que a parte operacional encontra-se equilibrada. A administração operacional da Santelisa seria feita pela São Martinho. DISPUTA Já entre os outros candidatos, a gigante Bunge teria sido preterida, ao menos por enquanto, por só ter interesse em comprar 100% das operações, o que diverge da intenção dos atuais sócios de manter uma gestão compartilhada. A ETH, braço sucroalcooleiro do Grupo Odebrecht teria feito uma oferta insatisfatória. A Cosan, maior produtor de açúcar e álcool de cana do mundo, teria dois problemas para fechar o negócio: só faria aquisições por meio de troca de ações e ainda enfrentaria posição contrária do BNDES, em virtude da concentração do mercado de açúcar e álcool que passaria a ter. Com a recém-concluída incorporação da NovAmérica, a Cosan tem agora cerca de 10% da produção brasileira.

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