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Duas medidas vão mexer no valor das tarifas

Por Agencia Estado
Atualização:

Duas importantes medidas do governo na próxima semana deverão mexer com o bolso do consumidor de energia elétrica. Primeiro virão os aumentos decorrentes da revisão tarifária periódica, que elevará em média em 25% as tarifas das distribuidoras CPFL (SP), Cemig (MG), Enersul (RS) e Cemat (MT), a partir de terça-feira. Depois, o Ministério de Minas e Energia apresentará uma proposta de realinhamento tarifário, para tentar amenizar os reajustes aos consumidores residenciais, que nos últimos anos vêm sendo os mais prejudicados com os elevados aumentos autorizados às concessionárias. O objetivo do governo é reduzir os subsídios cruzados no setor. Hoje a classe residencial paga mais pela energia elétrica para compensar a tarifa menor cobrada do industrial. Na Região Sudeste, por exemplo, a diferença entre o valor cobrado entre os dois consumidores é de 125% - sendo R$ 241,26, a tarifa do residencial, e R$ 107,29, a do industrial. Mas a diferença entre os valores chega a 201% em algumas regiões, como é o caso do Norte. A redução dos subsídios não será uma tarefa fácil. As maiores consumidoras de energia, representadas por grandes indústrias, já estão atualizando um estudo feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) no ano passado que mostra o impacto de um aumento nas tarifas de energia elétrica na economia nacional. Segundo o vice-presidente da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia (Abrace), José Roberto Giannotti, essa é uma decisão que transcende o setor elétrico, pois tem impacto na inflação, no índice de desemprego e na balança comercial. "Do lado do consumidor, o impacto será por meio de inflação ou por falta de investimento", diz ele. Até o fim da semana, o documento estará pronto e a intenção é apresentá-lo ao governo.

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