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Duas províncias querem unificação para enfrentar a crise

Por Agencia Estado
Atualização:

Pela primeira vez na história da Argentina, duas províncias realizarão um plebiscito para unificar-se geograficamente e administrativamente. Os motivos desta atitude também são inéditos, já que as duas províncias o estão fazendo por causa da grave crise que as assola. A intenção de Neuquén e Río Negro, ambas na Patagônia, no sul do país, é a de unificar-se para reduzir custos, principalmente aqueles que possuem com a classe política. Os governadores de Neuquén, Jorge Sobisch e o de Río Negro, Pablo Verani, se reunirão amanhã (quarta-feira) para assinar um acordo que implicará na convocação de um plebiscito no qual se perguntará aos habitantes das duas províncias se desejam a unificação. Este plebiscito seria realizado junto com as próximas eleições presidenciais, previstas originalmente para setembro de 2003. Desta forma, nas eleições seguintes, em 2007, Neuquén e Río Negro, de forma conjunta escolheriam um único governador e apenas uma Assembléia Legislativa. A idéia é a de reduzir o número de municípios, e com isso, eliminar os gastos com prefeitos, vereadores e o resto das máquinas estatais municipais, que consomem grande parte dos fundos das duas províncias. Juntas, Neuquén e Río Negro, teriam um total de 1 milhão de habitantes e 297 mil quilômetros quadrados. Nas duas províncias as principais atividades econômicas focalizam-se no turismo (em Río Negro está o centro de esqui de Bariloche), na produção de gás e no cultivo de frutas. A nova província teria o nome de "Confluência". O projeto de Sobisch e Verani vai mais além, já que pretendem convencer as restantes províncias patagônicas - Chubut, Santa Cruz e Tierra del Fuego - a unirem-se com eles. Bicicletas Por causa da grave crise econômica, os argentinos - sem dinheiro no bolso - estão tendo que deixar seus carros e os ônibus de lado, para recorrer à velha e simples bicicleta. Segundo a Associação de Usuários de Bicicleta, o uso desta forma de transporte cresceu 51% em maio, em comparação com o mesmo mês do ano passado. Por este motivo, no meio da crise estão começando a prosperar os estacionamentos de bicicletas. O custo destes estacionamentos é baixo, já que por 35 centavos podem ser deixadas ali durante todo o dia. O Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec) afirma que o transporte em ônibus urbanos também está sendo atingido pela crise, já que caiu 10% em abril, em relação ao mesmo mês do ano 2001. Os serviços de trens também estão em crise. Nos vagões dos trens que conectam a cidade de Buenos Aires com os municípios de sua área metropolitana, as poltronas estão destruídas, as janelas possuem vidros quebrados. A queda na qualidade dos serviços indica que apesar da privatização, os trens em Buenos Aires retrocederam uma década em qualidade, um fato que é admitido pelas próprias empresas de trens, que colocam a culpa nos vândalos. A profunda recessão que atinge a Argentina fez que os trens sofram uma queda de 30% no volume de passageiros em comparação com o ano passado.

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