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Duhalde pede cortes a governadores

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente argentino, Eduardo Duhalde, se reunirá hoje com os governadores de todas as províncias para dizer-lhes que sem redução de gastos não haverá a ajuda internacional que a Argentina tanto necessita. O governo dirá que o déficit global das províncias deverá baixar de 5 bilhões de pesos, em 2001, para 1,5 bilhão neste ano. A iniciativa do Executivo abrirá uma verdadeira guerra com os governadores, que se negam a cortar gastos e devem chegar à reunião com os ânimos exaltados, conforme indicou Néstor Kirchner, da província de Santa Cruz. Em rápida conversa com a Agência Estado, ele disse que não há a menor condição de ajustar ainda mais o cinto das províncias e ?não haverá nenhum acordo neste sentido?. Já o governador de Córdoba, a segunda maior província, José Manuel de la Sota, acredita que o argumento usado pelo governo não convence porque ?não haverá nenhuma ajuda externa?. Ambos se apresentaram como candidatos à Presidência após a renúncia de Fernando de la Rúa. O governador de Córdoba está seguro de que haverá uma hiperinflação que ?devorará os efeitos da desvalorização?, e, por isso, ?fortalecerá a aliança do governo com os empresários para exportar seus produtos, especialmente ao Brasil?. Negociação já foi tentada A negociação que o presidente Eduardo Duhalde pretende abrir hoje com os governadores é a mesma tentada pelo governo de Fernando de la Rúa e seus três fracassados ministros de Economia. O chamado pacto fiscal inclui a redução de gastos da ordem de 3,5 bilhões de pesos e a aprovação de uma nova lei de co-participação, pela qual o governo federal reduzirá o valor das transferências às províncias de recursos arrecadados pelos impostos. A reunião, que deverá ocorrer às 18 horas, discutirá outros temas também, como o valor do dólar para a renegociação das dívidas provinciais com os bancos privados. Os governadores querem que o dólar seja um por um com o peso, mas o ministro de Economia, Jorge Remes Lenicov, já deixou entrever que isso não será possível. A pesificação das dívidas provinciais será na base de 1,40 peso por dólar. Leia o especial

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