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Duhalde quer parlamentarismo na Argentina

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Argentina, Eduardo Duhalde, falou em rede nacional de TV na noite desta sexta-feira para anunciar os detalhes da reforma política, como está sendo denominado o pacote de medidas para reduzir os custos que o Estado argentino possui com a classe política. O anúncio preliminar já havia sido feito no meio da semana, mas Duhalde aproveitou a ocasião para pregar a implantação de um regime parlamentarista, citando os exemplos do Canadá e a União Européia. O presidente disse que isso será definido em uma reforma constitucional que ocorreria em uma data ainda a ser definida. Duhalde explicou que o plano do governo é o de reduzir em 25% o número de parlamentares. Segundo ele, a redução do gasto seria controlada por um conselho com a participação do governo e de diversas organizações não-governamentais (ongs), como a Transparência Internacional e a Fundação Konrad Adenauer. Toda a economia obtida com a redução do gasto político, afirmou Duhalde, será exclusivamente destinada ao gasto social ou a planos de trabalho para desempregados. O presidente lamentou que a política ?deixou de ser um serviço à população e se transformou em um privilégio?. Segundo ele, esse tipo de comportamento acabou provocando uma grande suspeita popular sobre os políticos e a política. Duhalde também explicou que na reforma constitucional que pretende executar seriam eliminadas as eleições a cada dois anos, passando a ser unificadas em uma vez a cada quatro anos. Além disso, anunciou que deseja acabar com a ?lista sábana?, como é chamada a lista fechada de candidatos de um partido no qual o eleitor é obrigado a votar, sem possibilidade de escolher um parlamentar isoladamente. Outra novidade que Duhalde pretende fazer no sistema é a possibilidade que candidatos independentes possam participar das eleições. O presidente afirmou que as campanhas eleitorais passarão a ter um limite de 30 dias. Os partidos não poderão pagar mais pela propaganda eleitoral, que será gratuita e com horário equitativo para todos os partidos. ?Temos muito trabalho pela frente. A Argentina está em trabalho de parto?, disse o presidente. Leia o especial

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