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Dupla listagem abre novas oportunidades para empresas e investidores

Possibilidade de companhias terem suas ações negociadas na B3 e em Bolsas estrangeiras mais a facilidade de acesso do investidor comum a esses papéis abrem possibilidades maiores de rentabilidade

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Por B3
Atualização:
3 min de leitura
Getty Images 

O mercado de capitais brasileiro está em constante processo de evolução e alinhado com o que acontece nas principais economias mundiais. As empresas, por sua vez, estão aproveitando este movimento para ampliar as possibilidades de investimentos. É neste cenário que surgiu a dupla listagem – quando as companhias têm suas ações listadas em mais de uma Bolsa de Valores ao mesmo tempo. A dupla listagem é possível desde agosto do ano passado, quando a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) passou a permitir que investidores de varejo comprem ativos de empresas brasileiras no exterior na B3, a Bolsa do Brasil, por meio de Brazilian Depositary Receipts (BDRs) – valores mobiliários emitidos no Brasil, que possuem como lastro ativos, geralmente ações, emitidos no exterior.

“A ação fica listada no mercado norte-americano, por exemplo, e o recibo é negociado aqui no Brasil. Há a possibilidade de ter listagem fora do Brasil, mas com um pedacinho desse IPO vindo para cá via BDR”, explica Flávia Mouta, diretora de Emissores da B3. Até agosto, havia apenas a possibilidade de as empresas estrangeiras negociarem no Brasil título de companhias que têm sede fora do Brasil. “O que mudou em agosto de 2020 é que foi permitida BDR das companhias que têm negócio central no Brasil”, explica Flávia.

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Entre as companhias brasileiras que optaram pela dupla listagem, está a XP Investimentos. “A XP passou a ser listada em 2019 na Nasdaq e agora, quase dois anos depois, desde o dia 1º de outubro, passou a ser listada também na B3”, conta André Martins, head de Relação com o Investidor da XP. “Basicamente, são duas Bolsas. O ativo no fim do dia significa, na prática, que a ação da XP listada aqui é o mesmo ativo listado lá fora, mas a gente consegue, desta forma, acessar a pessoa física brasileira, que até então não tínhamos acesso e pegamos, também, os investidores institucionais globais, que têm maior liquidez. Assim, temos acesso aos mais variados perfis de investidores. São valores mobiliários em duas Bolsas diferentes”, destaca o executivo. De fato, uma das vantagens da dupla listagem é permitir movimentar a economia no mercado brasileiro e abrir a possibilidade para o investidor ter acesso a esses ativos. “Ambos os mercados se beneficiam. Possibilita que investidores daqui possam também investir nessas companhias que giram no mercado local”, considera Flávia.

Martins explica que as BDRs não estavam disponíveis para investidores que não fossem qualificados, então, por mais que a dupla listagem já existisse, havia também uma limitação de acesso. “Então, as empresas já tinham dupla listagem, a original na B3 e, lá fora, via ADR do Itaú. A dupla listagem da forma tradicional é mais antiga, mas para a BRD ser um instrumento bastante líquido como ela é hoje teve de ter uma mudança que aconteceu recentemente, em outubro do ano passado”, explica Martins. “Ou seja, passou a ser possível o acesso de investidores que não são qualificados, ou seja, que não têm declarado mais de R$ 1 milhão em investimentos para poderem acessar as BDRS.”

As duplas listagens são recentes e marcam um novo momento para o mercado de capitais no qual os clientes não precisam ser investidores qualificados e ter conta fora para acessar nossa ação, mas já é algo mais comum a grandes empresas listadas há muitos anos, como a Vale, por exemplo. “Com o divisor de águas, que democratizou o acesso, temos, além da XP, a Pag Seguro e a, Stone, que são listadas lá fora e que podem ter a BDR”, diz Martins. “O Inter está fazendo um movimento público de migrar lá para fora. A adesão, hoje, já podemos dizer que é muito boa.”

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A representante da B3 comenta que em um primeiro momento os mercados em que as empresas brasileiras poderiam ter intercâmbio eram Nyse e Nasdaq. No primeiro semestre deste ano, avançou para outros mercados como o de Londres, Toronto, Chicago e EuroNext Amsterdan. Vale destacar que cabe à B3 fazer todo o trabalho de pesquisa e avaliação e submeter para a análise da CVM. “Entendemos que esses são os mercados principais, mas estamos 100% abertos para avaliar outros mercados que se mostrem relevantes para outros participantes. Não é um rol fechado e estamos sempre avaliando se tem outro mercado que faça sentido”, diz Flávia.

“É importante mencionar que a dupla listagem gera um jogo de ganha-ganha, que, ao mesmo tempo que a XP está na Nasdaq, ela segue as principais regras de nível global e disponibiliza ao investidor comum ser sócio da empresa. Ela dá acesso globalmente e aqui no Brasil. Ganha daqui e ganha de lá”, finaliza Martins.

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