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Dutra rebate críticas em posse na BR

Para ex-presidente da Petrobrás, ''''o que tem de ser questionado é a capacidade técnica'''' nas nomeações

Por Nicola Pamplona e Alberto Komatsu
Atualização:

''''A Petrobrás é uma empresa estatal e nomeações sempre foram movidas por indicações políticas. O que tem de ser questionado é a capacidade técnica.'''' Com essas palavras, o novo presidente da BR Distribuidora, José Eduardo Dutra, tentou ontem responder às críticas à sua nomeação para o cargo, que classificou de ''''discriminatórias''''. A cerimônia de posse teve grande presença de lideranças petistas e de aliados políticos sergipanos. Depois da posse do ex-senador Dutra, Gabrielli rumou para o bar Amarelinho, na Cinelândia, tradicional área boêmia carioca, para participar da despedida-desagravo de Ildo Sauer, demitido na sexta-feira da diretoria de gás e energia. Ildo foi exonerado para dar lugar a Maria das Graças Foster, que deixou a BR, num rearranjo capitaneado pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, presidente do Conselho de Administração da estatal. Gabrielli, que ocupou um pequeno palco ao lado de Ildo, admitiu o caráter político da troca de cadeiras. O presidente da estatal fez questãode reafirmar sua amizade com Sauer. ''''Acho que a saída do Ildo decorre de uma conjuntura política concreta, real. Portanto, e eu sei que o Estadão está presente, objetivamente essa substituição do Ildo não vai mudar a ação da Petrobrás, que tem mecanismos de definição de processos e tem um plano estratégico definido'''', disse. Sauer, por sua vez, comemorou a presença de Gabrielli e, brincando, lançou sua candidatura à Presidência da República. ''''O lugar do Gabrielli é o lugar do próprio presidente Lula. Digo isso pela história que eu convivi com ele'''', afirmou Sauer para uma platéia de cerca de 70 pessoas, principalmente funcionários da empresa. O ex-diretor disse que sai da empresa ''''com cabelos brancos, mas com o coração alegre''''. Gabrielli evitou dar entrevistas em todos os eventos dos quais participou. A posse de Maria das Graças na estatal, com a presença de Sauer, ocorreu em cerimônia fechada. Na posse de Dutra, aberta à imprensa, o presidente da Petrobrás sequer comentou as declarações polêmicas feitas na sexta-feira por Sauer, que saiu criticando a política energética elaborada por Dilma Rousseff. Em seu discurso, Gabrielli limitou-se a elogiar a ''''capacidade de articulação'''' de Dutra e sua gestão à frente da Petrobrás entre 2003 e 2005. ''''Quando chegamos ao sistema Petrobrás houve um furor tanto com relação a um sindicalista e ex-senador quanto com relação a um professor universitário maluco'''', afirmou, referindo-se a Dutra e a si próprio. ''''Sou filiado ao PT e tenho orgulho disso. Me sinto capacitado para o cargo'''', disse Dutra. O mercado ainda aguarda mudanças na direção da estatal para acomodar aliados do governo na luta pela prorrogação da CPMF. Até agora, as mudanças envolveram apenas quadros do PT. Sauer, o único a sair até agora, divulgou uma carta na sexta-feira com críticas a Dilma.

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