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‘É importante ouvir outras vozes, mais femininas e negras’

Painel ‘Elas no Conselho’ discutiu a importância de aumentar a presença feminina em órgãos de decisão

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Por Aladas
2 min de leitura
Arte: Media Lab Estadão 

No mundo corporativo, uma das desigualdades que ainda persistem em relação às mulheres é a baixa participação feminina nos conselhos de administração de empresas – órgãos colegiados responsáveis pelo direcionamento estratégico da companhia e pela tomada de decisões.

“A diversidade nos conselhos é algo muito relevante, mas, no Brasil, as mulheres ocupam apenas 11,5% dessas posições em empresas de capital aberto”, disse Christiane Aché, conselheira da Aladas, cofundadora do Women on Board (WOB) e diretora do Advanced Boardroom Program for Women (ABPW).

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Aché foi a mediadora do painel ‘Elas no Conselho’, que discutiu, entre outras questões, a importância da presença feminina nesses órgãos, como aumentar essa participação e as iniciativas que estão sendo feitas nesse sentido.

Leila Loria, vice-presidente do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) e co-chair da Women Corporate Directors (WCD), explicou que a WCD é uma organização sem fins lucrativos, de atuação global, que surgiu nos Estados Unidos e está há dez anos no Brasil. “Quando começamos, praticamente não havia conselheiras nas empresas. Fomos desbravando essa área, com o propósito de formar mais mulheres, dar mais exposição a elas e ajudá-las a promover o networking.”

Hoje, a organização tem um banco de dados com 240 mulheres, de diferentes formações e idades, e uma plataforma que dá acesso a essas executivas. “Temos tido muita demanda e temos orgulho em ver que 88% da nossa base já ocupa alguma função em conselhos de administração, conselhos consultivos, comitês ou conselhos fiscais. Isso nos dá muita alegria, porque ainda hoje ouvimos que não há mulheres preparadas para atuação em conselhos. Nosso maior prazer na WCD é quando, para cada vaga que nos procuram, a gente consegue indicar várias mulheres.”

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Loria contou que há cinco anos é realizado o Programa Diversidade em Conselho (PDeC), que tem o objetivo de preparar mulheres para essa função. Na última edição, foram 760 candidatas para 40 vagas.

Para Elisangela Almeida, diretora de Controladoria na agtech Solinftec e uma das mentoradas do PDeC, “os conselhos necessitam de outras vozes, talvez mais jovens, femininas e negras, de outras áreas. É preciso trazer outros conhecimentos, assuntos e pessoas para dentro do debate.”

Ela contou que, para lidar com a falta de mulheres negras nos conselhos, dar visibilidade a elas e capacitá-las para esses cargos, surgiu em 2020 o projeto Conselheira 101, criado por um coletivo de mulheres, do qual faz parte, com o apoio da WCD. “Esse projeto vem para acabar com o mito de que essas mulheres não existem.”

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Segundo Gabriela Baumgart, conselheira de Administração do grupo Baumgart e membro do IBGC, além de reduzir desigualdades e gerar mais oportunidades, há evidências claras de que empresas que têm diversidade e mais mulheres em altos cargos da administração ou nos conselhos apresentam melhores resultados.

“Elas trazem um olhar diferente para os desafios das organizações. Além de competências técnicas, elas têm escuta ativa, empatia, dinamismo, dedicação, disciplina, trabalham de forma colaborativa e estão acostumadas a desempenhar vários papéis. Trazem, ainda, a questão do propósito, resiliência, capacidade de adaptação ao novo, foco na solução de problemas e olhar sistêmico.”

Para as profissionais que desejam ganhar experiência, Loria recomendou os cursos de formação de conselheiros do IBGC, da Saint Paul e da Fundação Dom Cabral. Para Baumgart, um bom início pode ser em organizações sem fins lucrativos, comitês, startups e conselhos consultivos.

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