
23 de agosto de 2012 | 03h09
Projeções iniciais do Fundo Monetário Internacional (FMI) mostram que a economia da Grécia continuará a se contrair até 2015, mesmo se o país conseguir garantir mais dois anos para implementação de seu programa de austeridade, segundo fontes com conhecimento do assunto.
O FMI prevê que a economia grega poderá se contrair cerca de 7% neste ano, 3,5% em 2013, 1,5% em 2014 e 0,5% em 2015. Embora reconheça alguns deslizes, a Comissão Europeia ainda não atualizou oficialmente as previsões em relação às projeções feitas no segundo programa de resgate da Grécia, que viam o país retornar ao crescimento já em 2014.
As projeções serão finalizadas em novo relatório de sustentabilidade da dívida no fim de setembro ou início de outubro, quando o FMI e a União Europeia devem ter o consenso de suas projeções sobre a economia grega.
As fontes afirmaram que o FMI prevê que o nível da dívida pública da Grécia ficará perto de 100% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020, quando o país deve terminar de pagar 33 bilhões em empréstimos para o fundo, disseram autoridades.
O porcentual será consideravelmente mais baixo que a meta de 120% do PIB prevista em março, quando a Grécia, a zona do euro e o FMI assinaram novo acordo impondo perdas fortes aos credores do setor privado. A mudança reflete preocupações entre os funcionários de que a Grécia não conseguirá pagar as dívidas em 2020, mesmo sob as projeções anteriores. No entanto, fontes alertaram que a mudança na definição de uma nível de dívida "sustentável" também prejudicará a credibilidade de qualquer novo pacote.
O FMI apresentou várias opções para cobrir o buraco que também reduziriam a relação da dívida da Grécia para mais perto de 100% do PIB, mas essas ideias estão encontrando resistência feroz da zona do euro. A opção mais moderada seria outro corte na taxa de juros que a Grécia deve pagar nos empréstimos de governos da zona do euro.
As opções mais controversas incluem a aprovação pelo Banco Central Europeu (BCE) e bancos centrais da zona do euro de um reescalonamento, ou mesmo uma redução de 30% no valor dos títulos gregos em seu poder, disse uma das fontes. Outro cenário propõe que os governos da zona do euro aceitem descontos em empréstimos à Grécia, o que pode totalizar mais de 30 bilhões. / DOW JONES NEWS WIRES.
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