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Economia cresce 1% no primeiro trimestre Projeções ruins para empresas dos EUA e petróleo derrubam bolsas

Dow Jones atinge a menor pontuação em quase dois anos e Ibovespa volta para o nível pré-grau de investimento

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Por Redação
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A economia dos Estados Unidos cresceu 1% entre janeiro e março, em relação ao mesmo período do ano passado, 0,1 ponto porcentual a mais do que o cálculo preliminar do governo. A segunda - e última - revisão do Produto Interno Bruto (PIB) americano foi divulgada ontem pelo Departamento de Comércio. A maioria dos analistas tinha calculado um avanço entre 1% e 1,1%. Uma das medidas da inflação contida nesse relatório mostrou uma aceleração: os preços de consumo, excluindo os combustíveis e alimentos, subiram 2,3% no trimestre, quando a previsão era de 2,1%. O indício de que a inflação foi mais alta fortaleceu a decisão de quarta-feira do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que fez uma pausa no relaxamento de sua política monetária e manteve os juros em 2%. O governo também corrigiu os resultados de lucro das empresas que, em vez de um aumento de 0,3%, apresentaram queda de 0,3%. O lucro das empresas baixou pelo terceiro trimestre seguido. Em todo o ano de 2007, a economia dos Estados Unidos cresceu 2,5%. EFE Uma nova onda de más notícias envolvendo empresas americanas e a alta de quase 4% na cotação do petróleo derrubaram as bolsas de valores no mundo todo ontem. O Índice Dow Jones deslizou 3,03%, para o menor nível em dois anos. O desempenho do mais importante termômetro da Bolsa de Nova York em junho (queda de 9,38%) era, até ontem, o pior desde a Grande Depressão. A bolsa eletrônica Nasdaq caiu 3,33%. Tanto o Dow Jones quanto a Nasdaq fecharam na mínima pontuação do dia, a exemplo do Índice FTSE, da Bolsa de Londres, que perdeu 2,61%, e o CAC 40, de Paris, com desvalorização de 2,43%. O Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) recuou 2,89% e poderia ter apresentado números piores não fosse o desempenho das ações da Petrobrás, em razão da alta do petróleo. Os papéis ordinários (ON) da estatal subiram 0,18% e os preferenciais (PN) caíram 0,16%. Juntas, as duas ações respondem por pouco mais de 16% do Ibovespa. No ano, o principal referencial da bolsa brasileira ainda aponta alta de 0,10%. No entanto, os 63.946 pontos do fechamento de ontem representam o menor nível desde 29 de abril, véspera da concessão do grau de investimento ao Brasil pela agência de classificação de risco Standard & Poor''s (S&P). Logo pela manhã, os investidores foram surpreendidos pela informação de que o banco de investimentos Goldman Sachs rebaixou suas recomendações para corretoras americanas de ''atraente'' para ''neutra''. Segundo os analistas, o ritmo de deterioração da indústria ''parece ser bem pior'' do que o estimado originalmente. ''A recuperação nas tendências de negócios que esperávamos no segundo semestre pode não ocorrer tão rapidamente quanto imaginávamos'', afirmou o relatório. O Goldman incluiu o Citigroup - maior banco dos Estados Unidos - em sua lista de forte venda e estimou em US$ 9 bilhões as baixas contábeis para a instituição no segundo trimestre. Essas perdas devem-se a apostas malsucedidas no mercado de hipotecas de alto risco (subprime). ''Vemos muitos ventos contrários para o Citigroup'', disseram os analistas. As ações do Citi despencaram 6,26%, para o menor nível em quatro meses. O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Ben Bernanke, colocou mais lenha na fogueira ao declarar, durante um discurso, que os bancos do país precisam de mais capital para fazer frente às perdas dos últimos meses. ''Os eventos recentes do mercado nos lembram de que instituições de todos os tamanhos precisam de gerenciamento prudente de riscos e de práticas administrativas e níveis de capital que sejam proporcionais aos riscos que carregam'', disse. Em outro relatório, o Goldman Sachs rebaixou a recomendação para as ações da General Motors de ''neutra'' para ''venda''. ''O fluxo de caixa que a GM utilizará neste e no próximo ano provavelmente obrigará a companhia a levantar capital, o que pode levar a forte diluição para os acionistas e a um corte nos dividendos'', disseram os analistas. As ações da montadora caíram quase 11%, para o menor nível em 34 anos. ''Infelizmente, esse é um período de fraqueza'', afirmou Jack Ablin, chefe de investimentos do Harris Private Bank em Chicago. ''Estamos esperando os resultados corporativos do segundo trimestre. Até lá, veremos essa atitude negativa por parte dos investidores, que parecem estar concentrados nas notícias negativas e dando de ombros para as positivas.'' Na Bolsa Mercantil de Nova York, os contratos de petróleo para agosto avançaram 3,78%, para o recorde de US$ 139,64. Durante a sessão, chegaram a superar US$ 140. O presidente da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), Chakib Khelil, disse que os preços podem atingir US$ 170 durante o verão no Hemisfério Norte. AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

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