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Economia cresce apenas 2,66% neste ano, aponta pesquisa do BC

As estimativas de aumento da produção industrial neste ano seguiram a mesma tendência de redução e recuaram de 3,56% para 3,51%.

Por Agencia Estado
Atualização:

Depois da retração de 1,2% apurado no Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, analistas ficaram ainda mais pessimistas com o resultado do PIB para este ano. Pesquisa semanal do Banco Central (BC), divulgada hoje, aponta que as projeções de mercado para o crescimento do PIB em 2005 caíram de 3% para 2,66%. As estimativas de aumento da produção industrial neste ano seguiram a mesma tendência de redução e recuaram de 3,56% para 3,51%. Esta foi a sexta redução consecutiva destas previsões, que estavam em 4,17% há quatro semanas. Para 2006, as estimativas de crescimento do PIB ficaram estáveis em 3,50% pela 31ª semana seguida. As expectativas de expansão da produção industrial no próximo ano também não mudaram e continuaram em 4,50% pela 14º semana consecutiva. Previsão para a inflação cresce Mais uma vez a perspectiva dos investidores para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - índice usado como referência para a meta de inflação - de 2005 subiu. De acordo com a pesquisa semanal do Banco Central (BC), a projeção passou de 5,59% para 5,63%. Esta foi a quinta alta consecutiva dessas estimativas, que estavam em 5,33% há quatro semanas. Com a nova alta, as projeções ficaram ainda mais distantes do patamar de inflação, de 5,1%, perseguido pelo Comitê de Política Monetária (Copom) para a definição das taxas de juros. Apesar disso, o porcentual estimado ainda se encontra dentro do intervalo de tolerância da meta central de 4,5%, que é de 2,5 pontos porcentuais para cima ou para baixo. O fato é que, de acordo com a política monetária usada pelo Brasil hoje, o controle da inflação é feito pelo sistema de metas e, para atingir este objetivo, o BC usa o juro. Quando o juro sobe, o consumo tende a diminuir, o que reduz a pressão de alta sobre os preços. Em contrapartida, as previsões de IPCA para 2005 das instituições Top 5, no cenário de médio prazo, recuaram de 5,68% para 5,64%. Há quatro semanas, essas projeções estavam em 5,33%. Para novembro (cujo resultado será divulgado na sexta-feira, dia 9), as previsões de IPCA do mercado subiram de 0,45% para 0,50%. Esta foi a quarta alta consecutiva dessas previsões, que estavam em 0,37% há quatro semanas. Para o mês de dezembro, as expectativas de IPCA caíram de 0,37% para 0,36%. Há quatro semanas, essas projeções estavam em 0,40%. Para 2006, as expectativas de IPCA do mercado caíram de 4,55% para 4,51%. Com a redução, as previsões de variação do IPCA para o próximo ano ficaram mais próximas da meta central de 4,5%, que terá intervalo de tolerância de apenas 2 pontos porcentuais, para cima ou para baixo. Juros As projeções de mercado para a taxa de juros no fim deste mês ficaram estáveis em 18% ao ano, o que embute uma expectativa de corte de 0,5 ponto porcentual na Selic, a taxa básica de juros da economia, que está em 18,5% ao ano. A reunião do Copom, que reavaliara a taxa de juros, começa na terça-feira da próxima semana e seu resultado será divulgado na quarta-feira. As previsões de taxa média de juros para este ano também não mudaram e prosseguiram em 19,15% ao ano pela 12º semana consecutiva. Para o fim de 2006, as expectativas de taxa de juros ficaram estáveis em 15,50% ao ano pela segunda semana seguida. As estimativas de taxa média de juros para próximo ano, por sua vez, recuaram de 16,38% para 16,04%. Esta foi a terceira queda seguida destas previsões, que estavam em 16,42% há quatro semanas. Câmbio A pesquisa semanal do BC apontou ainda que as projeções de mercado para a taxa de câmbio no fim deste mês ficaram estáveis em R$ 2,2500. A estabilidade ocorreu na mesma semana em que o BC aumentou o número de leilões de swap reverso - operação com dólar realizado no mercado futuro, que tem por objetivo conter o processo de valorização do real frente ao dólar. Para o final de 2006, as previsões para a taxa de câmbio também não mudaram e prosseguiram em R$ 2,4500 pela segunda semana seguida. Há quatro semanas, estas projeções estavam em R$ 2,5000.

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