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Economia da Índia cresce menos que o esperado

No primeiro trimestre do atual ano fiscal, de abril a junho, o PIB do país cresceu 4,4%; é o terceiro trimestre consecutivo de avanço abaixo de 5%

Por NOVA DÉLHI
Atualização:

A Índia registrou crescimento econômico abaixo de 5,0% pelo terceiro trimestre consecutivo no primeiro trimestre do atual ano fiscal, aumentando as preocupações das autoridades que já estão com dificuldades para conseguir conter a queda da moeda local e restaurar a confiança do consumidor.

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Dados divulgados ontem pelo Ministério de Estatísticas mostraram que o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 4,4% de abril a junho deste ano, menos que a alta de 4,8% no trimestre anterior. O avanço é o menor desde o primeiro trimestre de 2009, quando a economia estava se curando dos efeitos das crise financeira mundial. A expansão também ficou abaixo da média das estimativas de 18 economistas consultados pelo Wall Street Journal, de alta de 4,6%.

A taxa de crescimento anual da Índia diminuiu para o menor nível em 10 anos no último ano fiscal, encerrado em 31 de março, à medida que a inflação prolongada, o aumento dos déficits fiscal e em conta corrente, o crédito apertado e uma resposta política lenta para resolver esses problemas afetaram a confiança das empresas e sufocaram os investimentos.

As exportações fracas e o temor de grandes saídas de capital quando o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) começar a reduzir suas políticas de relaxamento levantaram outras preocupações, empurrando a rupia para sucessivas mínimas recordes nos últimos dias. A moeda caiu cerca de 20% em relação ao dólar desde o início de maio, quando as expectativas sobre a redução do programa de estímulo do Fed começaram a crescer.

A maioria dos economias prevê crescimento econômico da Índia neste ano fiscal dentro de um intervalo entre 5,0% e 5,5%. O BNP Paribas prevê que o crescimento será de cerca de 3,7%.

Os dados mostraram também que a produção manufatureira caiu 1,2% de abril a junho, em bases anuais, enquanto a produção de mineração recuou 2,8%. A produção do setor de construção aumentou 2,8% e a produção do setor de serviços aumentou 8,9%. A produção agrícola teve alta de 2,7%.

Controle de capital.

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Ainda ontem, o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, disse que seu governo não está tentando impor restrições para os movimentos de saída de capital da economia para acalmar as preocupações dos investidores. "Nas duas últimas décadas, a Índia cresceu como uma economia aberta e se beneficiou disso", disse Singh no Parlamento. "Não há necessidade de reverter essas políticas só porque há alguma turbulência nos mercados de capitais e cambiais", acrescentou.

Durante o discurso, Singh disse também que não há razão para acreditar que a economia da Índia está enfrentando crise similar à observada em 1991 e que prevê um crescimento econômico de 5,5% no atual ano fiscal, que terminará em março de 2014.

/ DOW JONES NEWSWIRES

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