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Economia da OCDE deve crescer menos em 2002 e 2003

Por Agencia Estado
Atualização:

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) avaliou que os enfraquecidos mercados financeiros e a demanda dos consumidores poderão pressionar as economias globais ao longo de 2003, provocando novas reduções nas taxas de juros pelo Banco Central Europeu e, possivelmente, pelo Federal Reserve (Fed - Banco Central dos Estados Unidos). No relatório semestral sobre prognósticos para evolução econômica, a OCDE revisou em baixa para 1,5% a previsão de crescimento do em 2002 do bloco de 30 países que integram a organização. A estimativa anterior, feita no relatório de junho, era de expansão de 1,8%. O prognóstico de crescimento para 2003 também foi revisado em baixa, de 3% para 2,2%. O economista-chefe da organização, Jean-Philippe Cotis, disse que o ritmo fraco de recuperação em andamento não é incomum, na comparação com movimentos anteriores de melhora. Mas o economista avaliou que o excepcional nesse caso é que o enfraquecimento do mercado financeiro criou um vento contrário, adiando uma recuperação sustentável "possivelmente" para 2003. O economista previu riscos negativos para o cenário esboçado pela OCDE, citando os investimentos fracos nos EUA e as incertezas sobre consumo e a estrutura econômica no Japão e na Alemanha. Outro risco advém dos mercados de trabalho, que mostraram mais resistência em 2002 ao enfraquecimento da economia do que o espera do pelos analistas. O mercado de trabalho deve continuar perdendo força em 2003, provocando uma elevação para 6,9% da taxa de desemprego em 2003, um ponto porcentual acima do nível de 2002. Esse quadro deve pesar sobre a confiança dos consumidores e, conseqüentemente, sobre os gastos. Para a OCDE, o Brasil está mostrando potencial considerável de crescimento, contrastando com a situação na Argentina, que não encontra uma saída clara para a crise. A OCDE enfatizou que o Brasil sofre de uma crise de confiança e previu que o país mostra resistência e potencial para servir como motor de recuperação para a região". Enquanto isso, a organização assegurou que a crise argentina "alcançou seu ponto máximo". "Após uma contração de 15% do PIB no primeiro semestre deste ano, a economia parece estar se recuperando lentamente", destacou. "A paralisação do sistema bancário e fraca demanda prejudicam a recuperação econômica no curto prazo", ponderou a OCDE. Segundo a entidade, existem poucas possibilidades de que as reformas mais necessárias sejam iniciadas antes das eleições de abril de 2003. O relatório da OCDE recomenda que o Federal Reserve volte a baixar os juros, caso seja necessário, apesar de ter reduzido a taxa em meio ponto porcentual, para 1 25%, no início deste mês. Em relação aos EUA, a OCDE previu que a economia do país deve se fortalecer no final de 2003 e atingir o potencial de crescimento não-inflacionário em 2004. A expectativa da organização é que os EUA cresçam 2,6% no próximo ano, acima do ritmo de 2,3% previsto para este ano. Em 2004, os EUA devem registrar expansão de 3,6%, em linha com o que os economistas consideram o potencial de crescimento de longo prazo para o país. A inflação deve subir para 1,3% em 2003, da variação de 1,1% estimada para este ano. A taxa de desemprego deve aumentar em 0,2 ponto porcentual, para 6% no próximo ano.

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