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Economia do governo para pagar juros é a maior desde 91

Até o mês de agosto, setor público registra superávit primário de R$ 87,669 bilhões, equivalente a 5,31% do PIB

Por Fabio Graner , Gustavo Freire e da Agência Estado
Atualização:

O setor público (União, Estados, municípios e empresas estatais) registrou entre janeiro e agosto superávit primário de R$ 87,669 bilhões, o equivalente a 5,31% do Produto Interno Bruto (PIB). O resultado, segundo dados divulgados nesta quarta-feira, 25, pelo Banco Central, é o maior para o período na série histórica iniciada em 1991.   Veja também:  Relação entre dívida pública e PIB é a menor desde 1998   O superávit primário é o resultado da diferença entre receitas e despesas, sem contabilizar os gastos com os juros da dívida pública. É o chamado esforço fiscal, feito para evitar a expansão do endividamento público e melhorar a percepção de risco dos investidores sobre a economia brasileira.   No ano, o governo central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) apresenta saldo positivo R$ 52,514 bilhões; governos regionais, superávit de R$ 24,199 bilhões e as empresas estatais, de R$ 10,956 bilhões. Agosto   Apenas no mês passado, superávit primário do setor público fi de R$ 8,091 bilhões, uma queda frente ao saldo de R$ 13,182 bilhões registrado no mesmo período do ano passado. O resultado ficou abaixo da mediana das estimativas dos analistas de 12 instituições financeiras consultadas pela Agência Estado, de R$ 12,350 bilhões.   Para o desempenho de agosto, o governo central fez uma economia para o pagamento de juros de R$ 3,446 bilhões; os governos regionais, R$ 2,401 (tendo os Estados contribuído com saldo positivo de R$ 2,561 bilhões e os municípios com déficit) e as empresas estatais apresentaram resultados primários de R$ 2,244 bilhões. As empresas estatais federais contribuíram com um superávit de R$ 1,705 bilhão.   No acumulado dos últimos 12 meses encerrados em agosto, o superávit primário do setor público foi de R$ 101,861 bilhões, correspondente a 4,12% do PIB, percentual ainda acima dos 3,8% previstos na meta para o ano.   O governo central nos últimos 12 meses teve superávit de R$ 54,506 bilhões; os governos regionais de R$ 29,847 bilhões e as estatais, R$ 17,508 bilhões.   Pagamento de juros   A economia para pagamento de juros, entretanto, ainda é insuficiente. O País gastou R$ 10,948 bilhões em agosto, as mais baixas despesas para meses de agosto desde 2002. No mês anterior, os gastos com juros haviam ficado em R$ R$ 14,087 bilhões e, em agosto do ano passado, esses gastos foram de R$ R$ 15,569 bilhões. Com isso, o déficit nominal do setor público atingiu em julho R$ 2,858 bilhões. O valor é superior ao R$ 2,387 bilhões de julho do ano passado.   No período de janeiro a agosto deste ano, o déficit nominal do setor público está acumulado em R$ 16,221 bilhões. O valor corresponde a 0,98% do PIB. Em igual período do ano passado, o déficit nominal estava em R$ 34,713 bilhões, o equivalente a 2,31% do PIB.   No acumulado em 12 meses até agosto, o déficit nominal do setor público está em R$ 51,390 bilhões, que correspondiam a 2,08% do PIB. Em julho, o déficit nominal em 12 meses estava em R$ 50,919 bilhões (2,07% do PIB). Em 2006, o déficit nominal foi de R$ 69,883 bilhões, o correspondente a 3,01% do PIB.   Dívida líquida   A dívida líquida do setor público fechou o mês de agosto em 43,1% do Produto Interno Bruto (PIB), ou R$ 1,096 trilhão. Em julho, a dívida líquida estava em 44% do PIB e correspondia a R$ 1,104 trilhão.   Segundo a nota do Banco Central divulgada nesta quarta, o fator determinante para a queda da dívida foi a desvalorização cambial, que respondeu por uma redução de R$ 8,6 bilhões do endividamento.   Esta dívida é representada pelo saldo líquido do endividamento do setor público não-financeiro e do Banco Central com o sistema financeiro (público e privado), com o setor privado não-financeiro e com o resto do mundo.

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