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Economia dos EUA deve seguir fraca por mais seis anos, afirma Krugman

O Nobel de economia crê que somente um novo pacote fiscal poderia acelerar a recuperação norte-americana

Por Ricardo Leopoldo e da Agência Estado
Atualização:

O prêmio Nobel de economia de 2008, Paul Krugman, mostrou-se estar ao lado de acadêmicos muito pessimistas, como Nouriel Roubini, sobre a perspectiva de recuperação da atividade norte-americana nos próximos anos. "É bem provável que nos próximos seis anos veremos que a economia dos Estados Unidos continuará fraca como agora. Não estará em recessão, mas a recuperação será muito lenta", comentou, em palestra realizada em São Paulo, no IBM Fórum 2010.

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Krugman ressaltou à Agência Estado, ao final do evento, que somente um novo pacote fiscal envolvendo dezenas de bilhões de dólares poderia reduzir esse período de dificuldades sérias que a economia dos EUA deve passar. O governo norte-americano já teve aprovação do Congresso de um montante superior a US$ 700 bilhões no ano passado, porém tal esforço ainda é insuficiente para iniciar uma retomada mais vigorosa da geração de empregos. A atual taxa de desocupação está em 9,6%.

Krugman destacou que, sem mais dispêndios oficiais para incentivar o avanço do consumo das famílias e investimentos das empresas, será difícil que o pleno emprego, ou seja, taxa de desocupação ao redor de 5%, seja retomado em menos de 20 anos. "Atingir tal situação pode demorar para sempre. O Japão ingressou numa séria crise na década de 1980 e o desemprego continua elevado lá."

O colunista - cujo blog no New York Times é publicado com exclusividade no Brasil pelo E&N - estimou que a política de flexibilização quantitativa adotada pelo Federal Reserve será intensificada no curto prazo. "Mas ela sozinha, sem a ajuda de um estímulo fiscal vigoroso, será apenas útil por pouco tempo e não será uma solução duradoura", comentou.  

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