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Economia dos EUA encolheu no 3otri com queda do consumo

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Por Redação
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A economia dos Estados Unidos contraiu-se 0,3 por cento no terceiro trimestre, em termos anualizados, na contração mais acentuada em sete anos. Os números foram afetados por redução dos gastos do consumidor e dos empresários por conta de temores de que a recessão está se instalando no país. O departamento do Comércio informou que o recuo do Produto Interno Bruto (PIB) foi o mais forte desde o terceiro trimestre de 2001. O dado, entretanto, veio um pouco melhor que o esperado pelo mercado, que via uma retração de 0,5 por cento, de acordo com uma pesquisa realizada pela Reuters com economistas de Wall Street. A contração do terceiro trimestre foi uma reviravolta em relação ao crescimento dos relativamente positivo de 2,8 por cento do segundo trimestre. Ela aconteceu quando a turbulência do mercado financeiro aumentou temores de uma possível recessão mais longa nos Estados Unidos. Os gastos de consumidores, que impulsionam dois-terços do crescimento norte-americano, caíram 3,1 por cento no terceiro trimestre -- o primeiro corte em gastos trimestrais desde o último trimestre de 1991, e o maior desde o segundo trimestre de 1980. Os gastos com bens não-duráveis -- itens como comida e papel -- registraram a taxa mais acentuada de queda desde o fim da década de 1950. Perdas contínuas de postos de trabalho se somaram a ganhos decrescentes de ações, e outros investimentos colocaram os consumidores sob forte estresse. O relatório do PIB mostrou que a renda pessoal disponível caiu 8,7 por cento no terceiro trimestre -- a queda mais intensa desde que os dados desse indicador começaram a ser registrados em 1947 -- depois de ter subido 11,9 por cento no segundo trimestre, quando a maior parte dos pagamentos de estímulo econômico ainda estavam circulando. Consumidores cortaram também gastos com bens duráveis, como carros e móveis, em 14,1 por cento, em termos anualizados, o maior corte nesta categoria de gastos desde o início de 1987. Lojas de veículos informaram que as vendas praticamente pararam, em parte devido à contração de crédito que tornou difícil empréstimos até mesmo para consumidores com bons perfis de crédito. Empresas também se mostram claramente cautelosas quanto ao futuro, ao cortarem investimentos em 1 por cento depois de terem ampliado os gastos em 2,5 por cento no segundo trimestre. Esta foi a primeira redução de investimento das empresas desde o fim de 2006. Os estoques de produtos não vendidos somavam 38,5 bilhões de dólares no terceiro trimestre, depois de terem subido 50,6 bilhões de dólares no segundo trimestre. Os preços ainda subiram de forma relativamente forte no terceiro trimestre, com o índice de gastos com consumo pessoal avançando a 5,4 por cento, taxa mais acentuada desde o começo da década de 1990. Mesmo ao se excluir itens voláteis, como de alimentação e energia, o núcleo dos preços subiu 2,9 por cento, ante alta de 2,2 por cento no segundo trimestre. Entretanto, o preço de muitas commodities começaram a aliviar em outubro e o Federal Reserve indicou na quarta-feira, ao cortar a taxa básica de juro novamente, que suas preocupações futuras estão mais focadas no fraco crescimento que na inflação.

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