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Economia passa por desaceleração, admite Mantega

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Por Célia Froufe (Broadcast)
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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu hoje que a economia brasileira passa por um processo de desaceleração. "No ano passado, crescemos 5,4% e agora estamos sentindo alguma pequena desaceleração, que para mim é apenas um ajuste sazonal", avaliou, durante palestra hoje na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). A projeção do governo é de que a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) este ano seja de 5%. "A economia cresce, diminuiu um pouquinho para ganhar fôlego e volta a crescer", explicou. Ele ressaltou que na virada do ano o crescimento da atividade do País estava em torno de 6% e prevê que, após o atual momento de desaceleração, ocorra uma retomada do avanço do crescimento a partir da metade deste ano. Entre os motivos que levam à atual desaceleração, Mantega citou a parada natural para a retomada do fôlego, a alta da inflação mundial e a elevação dos juros de longo prazo que, segundo ele, pode ser vista como resultado da crise financeira internacional. "Hoje temos um crescimento mais qualitativo do que no passado porque é impulsionado pelo mercado interno e os investimentos", disse. Mantega afirmou que a inflação é um problema que "obviamente precisa ser combatido". "Mas não há um só instrumento para conter a inflação", disse. O ministro exemplificou sua afirmação com base em medidas adotadas pelo governo recentemente: redução da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) no preço da gasolina, redução das alíquotas de importação de trigo, estímulo à ampliação de oferta dos alimentos, aumento do compulsório sobre leasing feito pelo Banco Central, aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para aplicações de investidores estrangeiros em títulos públicos e de renda fixa e aumento da taxa de juros Selic. "Ficamos três anos com quedas de juros e, se a Selic subir um determinado mês, é uma excepcionalidade", disse. Mantega destacou que nos últimos anos o Brasil tem cumprido suas metas de inflação, usando ou não as margens de tolerância. "É melhor não usá-las, mas às vezes se usa", considerou. Ele reafirmou que a projeção do governo para a inflação de 2009 é de 4,5%, ou seja, dentro do centro da meta. O ministro disse também que o País deve continuar a crescer em torno de 5% do PIB, ainda que não exatamente nessa taxa.

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