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Economista do BNDES defende moeda única no Mercosul

O economista do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Fábio Giambiagi, defendeu a unificação monetária entre os países integrantes do Mercosul

Por Agencia Estado
Atualização:

O economista do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Fábio Giambiagi, defendeu a unificação monetária entre os países integrantes do Mercosul. "A moeda comum permitiria aos países do bloco ter condições de ganhar maior economia de escala e maximizaria a potencialidade de atrair investimentos estrangeiros". Segundo ele, a integração econômica também fortaleceria o bloco nas negociações internacionais e tornaria a região menos volátil. Giambiagi fez palestra hoje no Painel Mercosul: Avanço ou Retrocesso, no Rio. Ele admitiu, no entanto, que não há condições para que a unificação aconteça hoje. "Temos que praticar disciplinas mútuas, ou seja, fazer valer o que colocamos no papel e não fazer apenas acordos "de mentirinha", disse. Para o economista, é preciso questionar as possibilidades de unificação da moeda "tão logo se renovem as principais autoridades nos dois países-chave do Mercosul, o Brasil e a Argentina". "É preciso que fique claro na mente dos governantes o seguinte questionamento: O que podemos fazer para acelerar esta unificação para o bem dos nossos países?". Os principais pontos a serem priorizados para que os países possam chegar a unificar suas moedas, disse Giambiagi, são a resolução das questões tributárias, mercado de capitais, mercado financeiro e mercado de trabalho. Geografia Giambiagi atribuiu à geografia a maior parte dos problemas para a implantação do modelo do Mercosul. "Muitas vezes se confunde os problemas do bloco com os problemas inerentes à sua localização geográfica", disse o economista. Segundo ele, o grande desafio dos países integrantes do bloco é tentar desenvolver projetos em comum. "É uma questão de mentalidade. É preciso que os países, principalmente Brasil e Argentina, deixem de se tratar tão mal, como acontece há tempos, e mirem uma meta comum", afirmou. A geografia dos países também foi apontada como um "problema" pelo alemão Dieter Benecke, diretor da Fundação Konrad Adenauer e do Centro de Estudos das Américas. "O Brasil é demasiado grande para que o Mercosul dê certo nos moldes em que é apresentado hoje", considerou. Segundo ele, o ideal para que o Mercosul fosse mais "simétrico" seria a inclusão da Venezuela, Chile e Colômbia. "Estamos falando, é claro, de um modelo em que o equilíbrio seria proporcionado por um Chile moderno e desenvolvido, mas que também haveria a necessidade de uma Colômbia pacífica e de uma Venezuela estável política e economicamente", disse.

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