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Economista dos EUA defende ministério brasileiro do comércio externo

Por Agencia Estado
Atualização:

O economista norte-americano Albert Fishlow defendeu hoje a criação, no Brasil, de um ministério que cuide exclusivamente do comércio internacional, com o objetivo de aumentar as exportações do País. Ele admitiu que há dificuldade de elevação das vendas externas em cenário de retração da economia mundial, mas destacou que países como a China vem aumentando as exportações apesar dessa dificuldade. Fishlow, que é professor da universidade de Columbia, disse que o ano que vem será "difícil" e o crescimento da economia dos Estados Unidos "não deve ser tão grande quanto queríamos". Ele participou do seminário internacional "novos rumos do desenvolvimento", que acontece até amanhã na sede do BNDES, no Rio de Janeiro. As possibilidades de negociações internacionais do Brasil em conjunto com o Mercosul "não existem mais", segundo ele. O economista defendeu que o País negocie bilateralmente acordos de comércio com a União Européia e a Alca. Fishlow disse que iminência de uma queda de 15% no PIB da Argentina neste ano, aliada à intensa desvalorização da moeda, faz com que ele não considere o bloco como "base do êxito" para o incremento do comércio internacional brasileiro. Questionado se considera que o Mercosul acabou, o economista disse que o bloco deve continuar mas que, de uma forma realista, alerta que "nos próximos dois ou três anos" não consegue ver um crescimento do comércio brasileiro pelo bloco. Segundo ele, o Mercosul começou a apresentar desvantagens para o Brasil desde que o ex-ministro da economia da Argentina Domingo Cavallo voltou ao comando da economia, no ano passado, e anunciou iniciativas para restringir o comércio com os brasileiros. Além disso, ressaltou "o Brasil já perdeu neste ano quase US$ 3 bilhões em comércio com o Mercosul", disse Fishlow.

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