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Economista prevê inflação de 5% em 2012

Foto do author Francisco Carlos de Assis
Por Francisco Carlos de Assis (Broadcast)
Atualização:

A inflação oficial neste ano poderá fechar com alta de 5%, pouco abaixo, portanto, da mediana das expectativas do mercado que, segundo a Pesquisa Focus, indica uma alta de 5,3% para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no final de 2012. A previsão é do professor de economia da Universidade de São Paulo (USP), Heron do Carmo, que participa na manhã desta segunda-feira da reunião de economistas na sede da Fecomercio-SP sobre "O Desafio do Crescimento". Para o economista, se a inflação fechar acima do centro da meta (4,5%) neste ano, não será surpresa. De acordo com ele, "nunca tivemos uma meta de inflação para ser cumprida no Brasil"."Se pegarmos a inflação nos últimos anos, temos uma taxa media de 5%. Há muito tempo temos um conflito entre as metas e o que realmente acontece na economia", diz o professor. Ele ainda se mostra preocupado com os preços das carnes e do feijão no final deste ano, que poderiam levar a uma pressão maior da inflação. Para Heron, apesar de o peso de produtos como feijão e tomate, por exemplo, ser pequeno na composição do IPCA, quando eles sobem as variações são muito elevadas. "Feijão e tomate, quando sobem, atingem variações de até 100%", disse.Para 2013, Heron do Carmo prevê uma taxa de inflação também próxima dos 5%. De acordo com ele, o IPCA no ano que vem vai se apropriar do efeito defasado do conjunto de IGPs (Índice Geral de Preços) neste ano, que acumulam alta em torno de 8%. E isso, de acordo com Heron, vai impactar os preços administrados em 2013. "Isso sem contar o efeito eleições, que seguram os reajustes dos preços antes e soltam depois", lembrou o professor. Ele defende que haja uma desindexação da economia o mais rapidamente possível. "Não faz sentido um sujeito contratar um aluguel de dois anos e, na metade do contrato, ter seu valor corrigido. Os contratos da economia teriam que ser pré", argumentou o economista, para quem a indexação coloca 2 pontos porcentuais a mais sobre a taxa de inflação.

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