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Economistas analisam o que falta para o País crescer

Por Agencia Estado
Atualização:

O ex-ministro da Fazenda Pedro Malan e outros quatro economistas analisaram, no programa ?Conta Corrente?, da Globo News, a situação da economia brasileira, dez anos depois da implantação do Plano Real, e opinaram sobre o que ainda precisa ser feito para que o País venha a ter o almejado crescimento sustentado. Sem milagres Do ex-ministro da Fazenda, Pedro Malan: "O grande desafio, hoje, é buscar uma forma de crescimento do desenvolvimento econômico e social de maneira sustentada. O que era, e continua sendo, o grande desafio. Ele não será resolvido por ato de vontade, não será resolvido com um novo modelo ou um plano miraculoso, mas pela busca da criação de condições que permitam a confiança de investidores, consumidores e poupadores no Brasil, o tempo todo." Agenda microeconômica Do ex-diretor de Política Econômica do Banco Central, Sérgio Werlang: "Estou otimista. Tudo está caminhando numa direção de melhora. Eu acho que se o governo continuar agora centrado principalmente na agenda microeconômica, que vai reforçar o direito de propriedade e o papel dos contratos, e agilizar a ação do Judiciário, nós vamos conseguir atrair bastante investimento. E mais, ainda, vamos fomentar investimento em poupança dos próprios brasileiros." Investir em infra-estrutura Do ex-secretário da Camex, Roberto Giannetti da Fonseca: "É preciso mais promoção comercial (dos produtos brasileiros no exterior) e uma política de câmbio realista. Mas o que mais me preocupa hoje é o estrangulamento na área de infra-estrutura, na logística e na energia, que são dois pontos extremamente vulneráveis hoje na economia brasileira. Se não houver um investimento pesado, público e privado, no aprimoramento da nossa infra-estrutura, teremos um gargalo para o crescimento da economia. E aí nós vamos conviver por anos com um nível muito baixo de crescimento." Melhorar reservas Do economista Luiz Gonzaga Belluzzo, da Unicamp: "É preciso aumentar as reservas (cambiais), manter o superávit na balança comercial e melhorar a qualidade dos fluxos de capital, tentando atrair investimento direto, reduzir o endividamento e fazer com que o gasto público recupere a sua função de indutor do crescimento da economia." Reduzir os juros Do economista Joaquim Elói de Toledo, professor da USP e diretor da Nossa Caixa-Nosso Banco: "Acho que o Malan tem razão. O nosso grande desafio é conseguir crescer de forma sustentada e, adiciono, com justiça social. Agora, nós não faremos isso mantendo os juros tão elevados quanto o Brasil tem mantido nas úlltimas décadas. Sem uma redução de juros nós não iremos retomar os investimentos. E, sem aumento nos investimentos, todo crescimento que a gente está vendo agora, por exemplo, será transitório. Ou seja, sem conseguir expandir velozmente a capacidade de produção, nós não poderemos expandir também a própria produção. Portanto, nós teremos um crescimento lento, e não vamos mudar o País."

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