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Economistas esperam redução de 2 pontos nos juros

Por Agencia Estado
Atualização:

Com a inflação sob controle e a atividade econômica fraca, vários economistas ouvidos pelo Estado já vêem espaço para o Comitê de Política Monetária (Copom) acelerar o ritmo de corte dos juros na reunião de terça e quarta-feira. Nas últimas semanas, a avaliação de que é possível cortar a taxa Selic, hoje em 24,5% ao ano, em 2 pontos porcentuais ganhou apoio. No entanto, o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, tem defendido a opção pelo gradualismo, o que leva parte do mercado a trabalhar com a hipótese de redução de 1,5 ponto. Em julho, o IPCA, indicador oficial do regime de metas inflacionárias, ficou em 0,2%. Com isso, os analistas acreditam que a inflação ficará abaixo de 10% no ano, mas ainda acima da meta ajustada de 8,5%. O ex-presidente do BC Affonso Celso Pastore diz que há condições técnicas para que os juros caiam mais neste mês embora, como de costume, não faça previsão exata sobre o que ocorrerá com a Selic. Em relatório escrito com a economista Maria Cristina Pinotti, Pastore diz que "o gradualismo seguido pelo BC na queda dos juros provavelmente será mantido, o que não impede que o corte da Selic possa ser um pouco maior do que o decidido na reunião anterior". O ex-diretor do BC Sérgio Werlang, diz que é possível cortar a Selic em 2 a 2,5 pontos sem afetar a inflação. Ele acredita, porém, que o Copom vai reduzir a Selic em 1,5 ponto. Werlang lembra que, em 1999, o BC foi mais ousado no corte dos juros, e mesmo assim os índices de preços ficaram sob controle, dentro da meta. O economista destaca que, embora a literatura econômica recomende a redução gradual dos juros depois de choques como o sofrido pelo País em 2002, as taxas no Brasil ainda são altas, o que recomendaria um afrouxamento mais agressivo da política monetária. Para o professor da FGV Paulo Nogueira Batista Jr., um corte igual ou inferior a 1,5 ponto porcentual será decepcionante. De acordo com ele, ao reduzir os juros mais agressivamente, o BC age sobre três frentes ao mesmo tempo: estimula a economia, induz a alguma alta do dólar e alivia o impacto da Selic sobre a dívida interna. O economista-chefe do Crédit Suisse First Boston (CSFB), Rodrigo Azevedo, defende a opção pelo gradualismo adotada pelo BC. Ele espera um corte de 1,5 a 2 pontos, dependendo do comportamento do câmbio. Para ele, a trajetória gradual e cautelosa dos juros reforça a credibilidade do BC, fundamental para a queda das expectativas de inflação.

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