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Economistas se mostram otimistas durante fórum em Davos

Já para Nouriel Roubini, a recessão no setor habitacional ainda poderá agravar-se

Por Agencia Estado
Atualização:

Será mais um ano de Cachinhos de Ouro, disse nesta quarta-feira, 24, a economista Laura Tyson, diretora da London Business School, ao avaliar as perspectivas da economia mundial em 2007. Segundo Tyson, ex-assessora econômica do presidente Bill Clinton, o crescimento continuará e será mais equilibrado que nos últimos anos, com maior investimento nos Estados Unidos, maior consumo na China e maior participação da Europa na sustentação da prosperidade. Tyson e mais três respeitados economistas deram um raro tom de otimismo à sessão de abertura do Fórum Econômico Mundial, dedicada habitualmente a uma discussão do panorama econômico. O solitário pessimista Nouriel Roubini, diretor da Roubini Global Economics, advertiu: os três ursos em breve poderão bater à porta da menina que comeu seu mingau e dormiu em sua cama. Jacob Frenkel, vice-presidente do American International Goup (AIG) e ex-presidente do Banco Central de Israel, fez uma autocrítica rara em sua profissão: todas as previsões pessimistas do ano passado sobre os Estados Unidos, a Europa, o protecionismo e o petróleo, foram desmentidas pelos fatos. Ele se declarou otimista, mas sem exagero, quanto às perspectivas mundiais para 2007 e admitiu haver sinais de perigo no longo prazo. A economia chinesa continuará a crescer em torno de 10%, disse o vice-presidente do Banco da China, Min Zhu, acrescentando que a expansão será mais equilibrada, com maior participação do consumo. Admitiu, no entanto, que o país continuará a acumular reservas internacionais - já acima de US$ 1 trilhão - e que a valorização cambial cobrada por outros países, para encarecer os produtos chineses, será mais lenta do que os americanos desejam. Montek Ahluwalia, presidente adjunto da Comissão de Planejamento da Índia, disse que o crescimento econômico de seu país deverá acelerar-se, ultrapassando o ritmo recente de 8,3% ao ano. Admitiu problemas no setor agrícola e pressões inflacionárias, mas declarou-se otimista quanto às perspectivas de seu país e da economia mundial. Segundo Nouriel Roubini, o pessimista da vez, a recessão no setor habitacional ainda poderá agravar-se. Além disso, há sinais de aperto no crédito, o barril de petróleo poderá voltar a US$ 60 e o excesso de consumo das famílias americanas poderá terminar numa crise bancária. Não houve referência à América Latina durante o painel. A única menção foi provocada por uma pergunta de jornalista sobre a disparidade entre o crescimento brasileiro e o de outras economias emergentes. A resposta foi dada por Nouriel Roubini: o Brasil melhorou seus fundamentos econômicos, mas não cuidou de ampliar seu potencial de crescimento com mais investimentos produtivos. Com esses investimentos, a expansão econômica poderia chegar a 6% ao ano, argumentou.

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