31 de outubro de 2010 | 00h00
Tamada faz parte de um seleto grupo dos que deixaram para trás a condição de dekassegui e amealharam fortuna em segmentos da indústria e comércio. Construiu mansão em Hamamatsu, no Estado de Shizuoka, onde vive com a mulher e duas filhas, pilota seu avião e administra um complexo empresarial que já foi o maior do Japão entre os imigrantes.
De operário a patrão. Ele tinha 17 anos e formação escolar secundária quando desembarcou no Japão como operário. "A ideia de montar negócio próprio foi de início com a única intenção de complementar o meu salário da fábrica, mas passei a assumir compromissos cada vez maiores, que atendiam a comunidade migrante, e os sonhos não pararam de crescer", lembra.
Em pouco mais de uma década, marcada por grande ousadia empresarial e visão para os negócios, Tamada estabeleceu o grupo IB Fox, com atuação em vários segmentos na região central do Japão. Montou fábrica de embutidos e produtos brasileiros, padarias, redes de supermercados, restaurantes e academias de ginástica, entre outros.
Três anos atrás, a empresa do ex-dekassegui registrava balanço anual de US$ 110 milhões em faturamento, mas uma dívida muitas vezes maior. E gerava emprego direto a 700 funcionários, entre brasileiros e japoneses. Foi uma expansão rápida, porém desordenada, e a direção da IB Fox perdeu o controle dos negócios, admite o empresário.
Com dívidas, a IB Fox pediu na Justiça processo de recuperação econômica aprovado pelos credores e há dois anos equilibra as contas. "Vendemos 90% dos ativos da empresa para saldar as dívidas e já iniciamos uma nova fase, reestruturados, e com maior valorização a nosso principal patrimônio, que é o quadro de funcionários", explica. A empresa de Tamada tem hoje 150 funcionários contratados "que fazem o trabalho de 300", garante ele, com a previsão de que ano que vem a IB Fox será a maior empresa de Shizuoka no segmento de fabricação de mortadela e embutidos, panificação e frigorífico.
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