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Educação financeira é a chave para fazer bons investimentos

A relação do brasileiro com suas finanças está evoluindo, mas o dinheiro ainda é visto como problema por muitos. Guias ajudam investidores a alcançarem seus objetivos

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Por Redação
Atualização:
Abertura da exposição Território São Mateus V.I.MMXX - de Dimitri Lee, na Galeria de Babel , nos Jardins Foto: Denise Andrade

O brasileiro está poupando mais. Estudo da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) mostra que o número de pessoas que conseguiram economizar algum recurso saiu de 32% dos entrevistados em 2017 para 38% no ano passado. No entanto, o fato de ter mais pessoas guardando dinheiro não significa que elas estão fazendo necessariamente os recursos trabalharem para elas, buscando mais retorno nas suas aplicações. “Quanto vale o seu dinheiro” foi o tema de webinar realizado pelo Estadão e pela Guide, com produção do Media Lab Estadão. Ao longo de duas horas, especialistas do setor financeiro deram dicas e mostraram como melhorar o desempenho dos investimentos.

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“A relação do brasileiro com o dinheiro vem evoluindo, mas isso não significa que ela é boa. Verificando os estudos, o que a gente observa é que o brasileiro, de modo geral, ainda poupa pouco, não se planeja principalmente com uma visão de longo prazo”, diz Fernando Cardozo, presidente da Guide Investimentos. Ele comenta que isso é fruto de uma herança inflacionária, já que a taxa de juros até há pouco tempo era muito alta. Além disso, tem a questão cultural enraizada, que ainda é muito forte e atinge, especialmente, as gerações mais antigas, que estão hoje no mercado de trabalho. A boa notícia é que as gerações mais novas já começam a mudar esse cenário. “O fato é que o dinheiro ainda é encarado com o problema, seja pelo excesso, seja pela falta”, ao lembrar que a pandemia, que fez o número de desempregados crescer para cerca de 13 milhões, mostrou o lado difícil da falta de dinheiro. Mas tem também o caso de pessoas com valores disponíveis que não sabem onde alocar, conforme destaca o executivo.

Para virar o jogo

“O Brasil está vivendo uma transformação na forma como investir, e corretoras como a Guide estão contribuindo ao tornar mais simples essa missão”, diz o diretor de Relacionamento com Cliente da B3, Felipe Paiva. Para ele, a educação financeira é a grande aliada dos brasileiros neste processo de entender melhor a importância do dinheiro e como fazer os seus recursos terem melhor retorno. “A informação é fundamental para que o mercado possa evoluir de maneira segura”, avalia Paiva.

Durante a sua participação no evento, o presidente da Associação Brasileira de Planejadores Financeiros (Planejar), Jan Karsten, falou sobre a importância de ter um profissional orientando o investidor. “Com os juros mais baixos, são necessárias diversificação e sofisticação do portfólio, e fica cada vez mais difícil fazer isso sozinho”, diz Karsten.

Felipe Steinfeld, sócio e head do segmento B2C da Guide Investimentos, concorda que o mercado ficou bem mais sofisticado, com muitas boas opções de investimentos e outras não tão boas assim. “O guia pode trazer valor, transferir conhecimento e ajudar a avaliar se a tese está correta.”

O fato é que a queda da Selic, que hoje está no menor patamar histórico, trouxe impacto muito significativo para o investidor, que teve de se movimentar para conseguir melhor rentabilidade nas suas aplicações. “Por mais que a Selic tenha alta, não vemos o cenário dela voltando à casa de dois dígitos. Aquela história de juros de 1% ao mês deixou de existir, e esperamos que não volte. Como consequência, o investidor tem que se movimentar e procurar ativos com um pouco mais de risco, como ações, títulos de crédito privado, fundos de multimercados, e percebemos que as pessoas estão se movimentando para buscar um retorno melhor para o seu portfólio”, comenta Alexandre Cassiane, sócio e head de B2B na Guide Investimentos.

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A relação do brasileiro com o dinheiro vem evoluindo, mas isso não significa que ela é boa. Estudos mostram que o brasileiro ainda poupa pouco e não se planeja com uma visão de longo prazo

Fernando Cardozo, presidente da Guide Investimentos

É possível aumentar o apetite de risco e seguir conservador

Com tantas opções de investimentos e tantas dicas vindas de todos os lados, o investidor tende a ficar ansioso e com dúvida se não está deixando passar alguma boa oportunidade. Mas especialistas alertam que o primeiro passo é buscar informações de fontes seguras, conhecer o seu perfil e só depois buscar onde vai investir. “Tem que ter o pé no chão e estar sempre bem informado. Todo dia tem no mercado uma nova oportunidade”, explica Luis Gustavo Pereira, head de Mercado de Capitais da Guide Investimentos.

Samantha Millais, coordenadora de Sales da área de distribuição e facilitadora de educação financeira na Guide, concorda que todos os dias aparece uma nova oportunidade no mercado e aconselha os investidores a deixarem um valor separado para aproveitar esse momento, o que ela chama de reserva de oportunidade. “O guia vai passar conhecimento e, com base no seu perfil, objetivo e estratégia, vai definir quais são as melhores opções de investimento.”

“Lá na minha infância, nos anos 1970, as pessoas davam Biotônico Fontoura para aumentar o apetite. Qual o Biotônico Fontoura para aumentar o apetite de risco? Conhecimento, informação. Nós temos que aumentar nosso apetite de risco independentemente do perfil. Não é porque sou conservador que tenho que ficar 100% em ativos de baixo risco; posso dedicar um percentual para o risco. E quem é mais agressivo não vai colocar todo o dinheiro na Bolsa. Essas decisões implicam aprendizado”, aconselha o professor do Insper Ricardo Rocha.

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Apesar da importância de arriscar mais para conseguir alcançar melhor retorno nos seus investimentos, especialistas destacam que esse risco deve ser calculado e com o respaldo de quem conhece o mercado. Leonardo Uram, head de Guide Gestão, considera que é importante manter renda fixa na carteira para uma reserva de emergência. “O ideal é fazer uma migração gradual, para ir se acostumando com os novos investimentos que têm mais risco.”

Para Dato Neto, estrategista-chefe da Eleven Financial Research, é uma falácia falar que a renda fixa morreu porque o juro está baixo. “O juro é zero no mundo inteiro, e a renda fixa é o mercado mais líquido do mundo. O que faz diferença agora é a necessidade de ser seletivo, de entender como cada ativo compõe o portfólio”, finaliza.

Assista o vídeo do Fórum Diálogos Estadão Think - Quanto vale seu dinheiro?

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