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Efeito negativo em produtividade devido ao programa Verde Amarelo é marginal, diz secretário

Bruno Dalcolmo rebateu críticas de que novo programa reduzirá a produtividade da economia porque trabalhadores contratados são menos qualificados

Foto do author Eduardo Rodrigues
Por Idiana Tomazelli e Eduardo Rodrigues
Atualização:

BRASÍLIA - O secretário de Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Dalcolmo, rebateu críticas de que o Programa Verde Amarelo, de incentivo a contratações de jovens entre 18 e 24 anos, reduzirá a produtividade da economia porque esses trabalhadores são menos qualificados. “Estamos falando de um programa piloto, mas que é um piloto expressivo. Vai representar 4% das contratações no ano”, disse nesta segunda-feira, 9.

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O secretário argumentou ainda que qualquer eventual efeito negativo sobre a produtividade será “marginal” ante os demais benefícios de geração de emprego. “Os contratados do Programa Verde Amarelo são alvo prioritário do governo para qualificação”, acrescentou.

O secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, também defendeu o programa e disse que o texto foi um dos mais discutidos internamente entre as propostas do governo. “Isso nos dá conforto de que projeto não tem inconstitucionalidade”, afirmou.

Segundo Marinho, a proposta deve ser discutida no Congresso e, pelo número de emendas (mais de 1,9 mil), há interesse em debater o tema. “Não há programa social mais importante que emprego”, argumentou

Para Dalcolmo, é natural haver queda na produtividade num momento de retomada da economia. Isso ocorre, segundo ele, porque na recessão os trabalhadores menos qualificados acabam sendo dispensados, elevando a produtividade da economia brasileira. Quando o mercado de trabalho se recupera, esses empregados retornam, provocando o efeito inverso.

No terceiro trimestre de 2019, a produtividade apresentou recuo, na contramão do crescimento do PIB, escreveu a colunista do Estado Adriana Fernandes. O indicador trimestral de produtividade do trabalho (por hora trabalhada), calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), mostrou uma queda de 0,7% em relação ao mesmo período de 2018. Foi a terceira redução do ano, com tendência de continuar nessa trajetória negativa nos próximos meses. “É preciso observar questões de produtividade no curto e no longo prazo”, disse o secretário.

Fila em mutirão deemprego no centro de São Paulo. Foto: Felipe Rau/Estadão - 17/9/2019
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