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Eficácia de vacina impulsiona mercados internacionais, mas 2ª onda limita ganhos

Assim como em Nova York e no continente europeu, ações do setor aéreo reagiram em forte alta à perspectiva de uma vacina para a covid-19 nos negócios asiáticos e do Pacífico

Foto do author Aline Bronzati
Por Sergio Caldas e Aline Bronzati (Broadcast)
Atualização:

As Bolsas da Ásia fecharam sem direção única nesta terça-feira, 10, mas várias delas foram sustentadas por notícia animadora sobre uma vacina para a covid-19. Na segunda-feira, 9, a Pfizer e a BioNTech anunciaram que a vacina que estão desenvolvendo para o novo coronavírus demonstrou eficácia de 90%, notícia que ajudou a impulsionar mercados acionários nos Estados Unidos e Europa, assim como o petróleo. A informação também favoreceu os ganhos do mercado europeu.

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O diretor do Instituto de Alergias e Doenças Infecciosas dos EUA, Anthony Fauci, afirmou hoje que as primeiras doses da vacina experimental para covid-19 desenvolvida pela Pfizer em parceria com a BioNTech podem ser liberadas no país em dezembro. Já de acordo com o Rabobank, a vacina contra o coronavírus é o "mais potente estimulante" para os mercados.

Embora a notícia seja "animadora", não impedirá, na visão do banco, um inverno "muito rigoroso" para a  Europa, com graves consequências para a economia, que tendem a continuar em 2021. "A Europa e os EUA continuam submersos na pandemia", avalia. Na Itália, órgãos oficiais falam em uma epidemia incontrolável, com os casos continuando a aumentar. O último relatório diário apontou para 580 mortos em virtude da covid-19 no país. 

Mercado de ações do Japão Foto: Charly Triballeau/AFP

Já enquanto Donald Trump segue pressionando por uma resolução das eleições pela via judicial no pós-eleição americana, os mercados olham agora para a composição da equipe de Biden. Diversos nomes são ventilados, dentre eles, o do ex-presidente americano Barack Obama, que poderia ocupar o posto de embaixador no Reino Unido. Na última segunda-feira, 9, o democrata anunciou os integrantes de uma força-tarefa contra o covid-19 e que inclui a brasileira Luciana Borio.

Dentre os desafios que o democrata terá à frente, além de lidar com a pandemia - o principal deles, estão as renegociações com a China e também a busca de um alívio com a Europa, que vai impor tarifas sobre US$ 4 bilhões em produtos americanos a partir de hoje.

Bolsas da Ásia 

O índice acionário japonês Nikkei subiu 0,26% em Tóquio, enquanto o Hang Seng avançou 1,10% em Hong Kong e o sul-coreano Kospi se valorizou 0,23% em Seul, em seu sétimo pregão consecutivo de ganhos. Na Oceania, a Bolsa australiana seguiu a onda positiva, e o S&P/ASX 200 avançou 0,66% em Sydney. Já o Taiex, que registrou baixa de 0,35% em Taiwan.

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Dados oficiais de Pequim também mostraram que a taxa anual de inflação ao consumidor chinês desacelerou de 1,7% em setembro para 0,5% em outubro, atingindo o menor nível em 11 anos. Analistas previam taxa maior no último mês, de 0,8%. A taxa anual de deflação ao produtor, por sua vez, ficou inalterada de setembro para outubro, em 2,1%. Por lá, os chineses Xangai Composto e Shenzhen Composto recuaram 0,4% e 1,05% cada.

Por lá, as ações do setor aéreo reagiram em forte alta à perspectiva de uma vacina para a covid-19 nos negócios asiáticos e do Pacífico desta terça. A Japan Airlines saltou 21,21% em Tóquio, a Korean Air Lines subiu 11,24% em Seul, a Qantas teve ganho de 8,33% na Austrália e a Cathay Pacific teve valorização de 13,7% em Hong Kong

Em Tóquio, o Banco do Japão (BoJ) anunciou nesta madrugada uma medida de estímulo para ajudar bancos regionais, cujos lucros têm sido prejudicados pela pandemia do coronavírus e pelo ambiente de juros baixos, mas a Bolsa local já havia encerrado o pregão. 

Bolsas da Europa 

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As bolsas da Europa fecharam em alta hoje, seguindo otimismo do mercado após a divulgação da alta eficácia do imunizante desenvolvido pela Pfizer em parceria com a BioNTech. Setores que tiveram importantes avanços ontem deram novos impulsos às ações, como o financeiro e as aéreas. 

Entre as aéreas, a IAG, que controla as companhias Iberia e British Airways subiu 5,88%, enquanto AirFrance - KLM teve alta de 2,93% e Lufthansa, de 7,11%. Entre as ações do setor financeiro, Bankia saltou 9,60%, Santander cresceu 8,59%, CaixaBank teve ganho de 10,05 e BBVA subiu 6,59%. Já o Barclays fechou em alta de 4,56%.

Entre os índices, o Stoxx 600 fechou com alta de 0,90%, enquanto Londres subiu 1,79%, Frankfurt teve ganho de 0,51% e Paris avançou 1,55%. Milão, Madri e Lisboa tiveram ganhos de 0,49%, 3,38% e 1% cada. 

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Bolsas de Nova York

Os mercados acionários de Nova York fecharam hoje sem sinal único, com investidores atentos ao noticiário de uma potencial vacina contra a covid-19. O Dow Jones fechou em alta de 0,90%, mas o S&P 500 teve baixa de 0,14% e o Nasdaq recuou 1,37%. Por lá, a chance de novos estímulos volta a chamar a atenção no pós-eleição.

Em altaEconomia
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O presidente eleito americano, Joe Biden, defendeu mais alívio fiscal "agora" nos EUA, diante do choque da covid-19 no país. O impasse em Washington, porém continua, sem aprovação de mais medidas fiscais neste momento, com o presidente Donald Trump não admitindo a derrota eleitoral.

Hoje, o setor de tecnologia voltou a pesar: a ação da Amazon registrou baixa de 3,46%, após a notícia de que a companhia é alvo de investigações antitruste na União Europeia. Apple teve baixa de 0,30%, Facebook recuou 2,27% e Microsoft, 3,38%, mas Netflix subiu 2,07%, recuperando parte das perdas fortes da sessão anterior. 

Já o setor de energia liderou entre os ganhos, em jornada positiva para o petróleo, com Exxon em alta de 2,22%. O industrial e o financeiro também subiram. Entre alguns papéis importantes, Goldman Sachs avançou 1,18% e Boeing, 5,20%.

Petróleo 

Os contratos futuros de petróleo tiveram alta hoje, após a abertura da semana com fortíssimos ganhos sustentados pelo otimismo com a economia global após a anúncio positivo da vacina contra o coronavírus produzida pela Pfizer com a BioNTech. O WTI para dezembro fechou em alta de 1,07%, em US$ 41,36 o barril, enquanto o Brent para janeiro subiu 2,85%, a US$ 43,61 o barril.

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"O otimismo considerável dos investidores foi, sem dúvida, o principal fator" para os ganhos, apontou o Commerzbank, em referência ao imunizante. A perspectiva de retomada econômica com base nas esperanças de uma vacina eficaz contra a covid-19 alimentou ganhos para diversos ativos. Diversas análises, contudo, pregam cautela quanto ao noticiário.

Já a Agência Internacional de Energia (AIE) em relatório divulgado hoje, projeta que a demanda global de energia deve encolher 5% neste ano, em virtude das medidas destinadas a desacelerar a propagação da covid-19 que impediram as viagens aéreas, limitaram o crescimento econômico e geraram volatilidade ns preços do petróleo./COLABORARAM MATHEUS ANDRADE E MAIARA SANTIAGO

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