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Eleição e demanda mundial reduzirão investimentos no Brasil

Segundo a consultoria, com a queda da contribuição líquida do setor externo, que liderou o crescimento entre 2002 e 2004, a expansão do PIB deverá atingir 3,1% neste ano e 3,2% em 2006.

Por Agencia Estado
Atualização:

A consultoria britânica Economist Intelligence Unit (EIU) elogiou os avanços registrados pela economia brasileira nos últimos anos, mas alertou que ela está se desacelerando. A incerteza com a aproximação das eleições de 2006 e o enfraquecimento da atividade mundial vão conter o ritmo de investimentos no País, de acordo com a consultoria. Em seu relatório mensal sobre a economia global, a EIU observa que o Brasil viveu uma notável melhora de sua situação fiscal e financeira nos últimos anos. "Isso, combinado com contas externas mais saudáveis e crescimento econômico robusto, reduziu a suscetibilidade do Brasil a crises financeiras e melhorou sua qualidade de seu crédito", disse. "Entretanto, a performance econômica está se deteriorando. O crescimento atingiu robustos 4,9% em 2004, mas isso esconde uma desaceleração gradual neste ano, que tem continuado." Esse desaquecimento, observa a consultoria, reflete o impacto das altas das taxas reais de juros no crescimento da demanda no setor privado doméstico. "E embora o crescimento das exportações continue forte, a apreciação do real vai frear o estímulo líquido externo", afirmou. A EIU prevê que no final deste ano o consumo e investimentos deverão reagir com uma queda dos juros. "Mas a incerteza oriunda das eleições e a demanda externa em queda vão inibir o crescimento dos investimentos em 2006". Segundo a consultoria, com a queda da contribuição líquida do setor externo, que liderou o crescimento entre 2002 e 2004, a expansão do PIB deverá atingir 3,1% neste ano e 3,2% em 2006. Brasil continua sendo um dos mais vulneráveis A Economist Intelligence Unit alerta que suas previsões para o comportamento da economia brasileira estão expostas a riscos. "O Brasil continua mais vulnerável que a maioria dos países a problemas ao ambiente internacional e vai ter que continuar com a sua atual política econômica mesmo na ausência de um acordo formal com o Fundo Monetário Internacional", disse. No mercado brasileiro, a EIU afirma que os riscos estão relacionados à atual crise política que está colocando o governo sob forte pressão. "Isso tem o potencial de gerar dificuldades na aprovação de projetos de lei no Congresso, o que por sua vez poderia ter um impacto no sentimento do investidor tanto dentro como fora do País." A EIU observa que em julho os mercados financeiros brasileiros começaram a sentir os efeitos de semanas consecutivas de denúncias de corrupção envolvendo o governo. "Isso mostra que os investidores estão agora preocupados que o presidente possa estar implicado nos escândalos que tem assolado seu partido, ou que o prévio gerenciamento sólido da economia poderá começar a sofrer", disse.

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