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Elétricas já negociam para disputar Belo Monte

Governo federal deve licitar a construção da usina em setembro, [br]e empresas preveem participação de poucos consórcios no leilão

Por Wellington Bahnemann
Atualização:

As empresas estatais e privadas preparam-se para disputar a concessão da hidrelétrica Belo Monte, o próximo grande projeto do governo federal no setor elétrico. Companhias como CPFL Energia, Cemig e Tractebel (GDF Suez) manifestaram interesse pelo empreendimento e já planejam formar consórcios para participar da licitação. Apesar do apetite, as próprias elétricas admitem que o leilão será disputado por poucos grupos, em razão do grande porte da hidrelétrica localizada no Rio Xingu (PA). No momento, as empresas mantêm mistério sobre os futuros sócios para disputar o leilão, previsto pelo governo para o fim de setembro. Apenas a Cemig, de acordo com o diretor de Finanças, Relações com Investidores e Controle de Participações, Luiz Fernando Rolla. revelou que negocia parceria com a Andrade Gutierrez. A Tractebel, por meio da controladora GDF Suez, negocia com outras empresas a formação de um consórcio para disputar o projeto, sem revelar quais. A CPFL Energia, por sua vez, disse que planeja deter uma participação de 25% no empreendimento. O diretor vice-presidente financeiro e de Relações com Investidores da CPFL Energia, José Antonio Filippo, disse que a companhia ainda não negocia a participação em consórcio. Os executivos, presentes ao evento Destaque Agência Estado Empresas, acreditam que haverá competição por Belo Monte, mesmo com poucos consórcios. A ausência de disputa é um dos temores do governo, porque impediria a queda do preço da energia. Tanto que o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hubner, quer que cada subsidiária da Eletrobrás participe de um consórcio diferente com empresas privadas. A Cemig deverá definir os seus sócios para o leilão entre outubro e novembro deste ano. Rolla disse que é pouco provável que o governo federal consiga licitar Belo Monte em setembro, em razão do prazo apertado para o licenciamento ambiental do empreendimento. Reforça essa percepção o fato de uma liminar, obtida pelo Ministério Público Federal em Altamira (PA), impedir o Ibama de analisar o Estudo e o Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) da hidrelétrica. Além das incertezas sobre a data do leilão, outra dúvida é o valor do investimento. Segundo consta no último balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o custo do empreendimento é estimado em R$ 7 bilhões. Já os cálculos preliminares da CPFL Energia indicam um montante quase três vezes maior, em torno de R$ 20 bilhões. Já a previsão da Cemig é ainda mais elevada: R$ 26 bilhões.

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