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Eletrobrás busca meios de reduzir perda cambial

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Por Redação
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A Eletrobrás busca meios de reduzir o impacto da variação cambial em seu balanço, que provocou a perda de R$ 3 bilhões no primeiro semestre de 2009, quando apresentou prejuízo de R$ 1,98 bilhão. "Precisamos reduzir a volatilidade cambial. Os resultados operacionais permanecem estáveis, mas sofremos com o dólar", diz o diretor financeiro, Astrogildo Quental. Segundo ele, já há conversas com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em busca de solução. Não se trata de busca de empréstimo, diz Quental, mas de expertise em mecanismos para evitar perdas com o câmbio. A Eletrobrás tem um grande ativo em dólares, de R$ 16,6 bilhões, sem passivo correspondente em moeda norte-americana. No primeiro semestre, com a valorização do real, ela sofreu grande redução do ativo, enquanto o passivo manteve certa estabilidade, gerando prejuízo contábil. O oposto ocorre em períodos de desvalorização cambial, quando a empresa tem lucro. No quatro trimestre de 2008, por exemplo, quando o dólar chegou a R$ 2,80, a estatal ganhou R$ 3,038 bilhões, 85,34% mais que no mesmo período de 2007. Quental afirmou que a captação de US$ 1 bilhão no mercado internacional no fim do primeiro semestre - que entrou no caixa em agosto - pode ajudar a aliviar o problema, mas não é suficiente. Por isso, a busca por opções de hedge. "Temos uma política de hedge, mas é de curto prazo; o US$ 1 bilhão será um hedge natural; mas também estudamos novas formas de proteção", disse o executivo. Em evento da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento no Mercado de Capitais (Apimec), Quental contou que a empresa busca também formas de racionalizar a relação com suas subsidiárias, evitando custos desnecessários e garantindo maior sinergia. Uma das medidas em estudo é a entrada da holding em leilões de novas usinas, em parceria com as subsidiárias. Assim, a holding assume diretamente os lucros dos projetos, que hoje lhe são repassados sob a forma de equivalência patrimonial. A ideia, portanto, é usar a experiência operacional das subsidiárias e também abocanhar parte do lucro com participação acionária direta nos projetos. A Eletrobrás não está proibida de disputar leilões, mas até agora vem privilegiando a participação de suas subsidiárias - Furnas, Chesf, Eletronorte e Eletrosul.

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