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Eletrobrás quer voltar a financiar projetos na área de energia

A maior parte dos recursos virá do caixa próprio, mas a empresa também pode programar captações tanto internas como externas

Por Agencia Estado
Atualização:

O grupo Eletrobrás planeja voltar a ser uma financiadora de projetos a partir do próximo ano. A maior parte dos recursos virá do caixa próprio, mas a empresa também pode programar captações tanto internas como externas. A informação foi dada nesta sexta-feira pelo diretor de Finanças e Relações com investidores, José Drumond Saraiva, logo após a cerimônia que marcou a entrada do grupo no Nível I de Governança Corporativa da Bovespa. A idéia é financiar boa parte dos empreendimentos de geração e transmissão que estão em andamento nas empresas do grupo. "Por enquanto estamos fazendo um levantamento da carteira de projetos e vamos avaliar a situação de caixa para, então, definirmos o que poderemos financiar", diz Saraiva. O diretor adiantou, ainda, que o custo dos empréstimos deverá ser inferior ao Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) mais 12% praticado atualmente nos contratos ainda vigentes de operações antigas. "Da mesma forma que o BNDES baixou a TJLP, podemos reduzir também o nosso custo", explica. Além do caixa próprio, a Eletrobrás conta com a possibilidade de captar recursos no mercado, sobretudo internacional. As condições, segundo Saraiva, são bastante favoráveis. "No ano passado fizemos uma captação no exterior de US$ 450 milhões, que foi um sucesso com oferta de US$ 1 bilhão", afirma. A taxa cobrada foi de libor mais 1,2%. Usinas Para financiar as usinas adquiridas no leilão do ano passado, a Eletrobrás está negociando empréstimos com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e com bancos no exterior. "Ainda não temos nada fechado, mas não há nenhuma dificuldade neste sentido", afirmou Saraiva. No ano passado, as empresas do grupo conquistaram em leilão a concessão de cinco usinas: Paulista, Simplício, Passo São João, Baguari e Retiro Baixo. As três primeiras sem parceiros, o que dificulta o empréstimo do BNDES, em razão da resolução 2.728 do Conselho Monetário Nacional (CMN), que proíbe financiamentos a empresas públicas. A opção é fazer uma operação por meio da garantia de duplicadas. Saraiva disse que as negociações com o banco de fomento caminham bem e todo o cronograma das obras será cumprido. "Temos que entregar a energia a partir de 2010, se as usinas não estiverem prontas seremos obrigados a comprar no mercado spot, onde o preço pode estar baixo, mas também poderá ser alto", diz Saraiva, garantindo que por essa razão não há nenhuma possibilidade de atrasos. Também não está descartado o uso de caixa próprio para financiar alguns projetos. "Passo São João, por exemplo, podemos construir com nossos recursos", afirma o diretor. Essa é uma hidrelétrica relativamente pequena, com capacidade de 77 MW e com investimento previsto de R$ 267,5 milhões. Saraiva não quis comentar os planos da Eletrobrás para os três grandes projetos na área de geração que vêm sendo discutidos no governo: as hidrelétricas de Madeira e Belo Monte, no Amazonas, e a reativação do programa nuclear com a construção de Angra III. "As duas primeiras dependem de licitação e a usina nuclear é uma decisão de governo", afirmou. Com o projeto, o Brasil já gastou US$ 750 milhões na compra de equipamentos e para a conclusão da usina serão necessários em torno de US$ 2,5 bilhões a US$ 2,6 bilhões. Como a usina nuclear é monopólio da União, caso a decisão seja por concluir a obra, a Eletrobrás terá de buscar financiamento. Matéria alterada às 12h39 para acréscimo de informações

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