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Eletrodomésticos e carros puxaram produção de duráveis

O segmento de bens de capital apresentou em setembro desempenho bem superior ao registrado pela indústria em geral.

Por Agencia Estado
Atualização:

O bom desempenho da produção dos bens duráveis em setembro foi puxado especialmente pelos eletrodomésticos e automóveis, segundo explicou o coordenador de indústria do IBGE, Silvio Sales. A produção dos duráveis cresceu 5,1% na comparação com agosto e 4,9% ante setembro do ano passado, confirmando a reação da demanda doméstica. No caso dos automóveis, houve aumento de 8,7% na produção em setembro ante igual mês do ano passado. Não há comparação específica para o segmento na comparação com agosto, mas o grupo de material de transportes, que inclui automóveis e autopeças, registrou aumento de 5,9% na produção nessa base de comparação e de 5,3% ante setembro do ano passado. Sales disse que o grupo de material de transporte acumula crescimento zero no ano até setembro, o que revela que a recuperação do setor é recente e "provavelmente" está relacionada à redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) incidente sobre os automóveis. Segundo ele, não é possível antever se o fim dos benefícios do IPI concedidos à indústria automobilística, previsto para novembro, diminuirá o impacto positivo dos automóveis sobre a produção industrial. No caso dos eletrodomésticos, que tiveram aumento de 11,7% na produção em setembro ante igual mês do ano passado, Sales atribui o crescimento à melhoria das condições do crédito proporcionadas pela queda dos juros. Segundo Sales, o bom desempenho dos duráveis em setembro sofreu maior impacto dos eletrodomésticos que dos automóveis. Bens não duráveis inverteram resultados negativos O segmento de bens não duráveis (confecções, calçados, alimentos, combustíveis), tipicamente voltado para o mercado doméstico, inverteu em setembro os resultados negativos apresentados nos meses anteriores. Segundo dados divulgados hoje pelo IBGE, na comparação com agosto, houve crescimento na produção dos não duráveis de 4,6%, após três meses consecutivos de queda nessa base de comparação. O aumento foi puxado especialmente pela produção de alimentos (4,9%). O crescimento de 0,6% ante setembro do ano passado interrompeu uma trajetória de seis meses consecutivos de queda nessa base de comparação e foi puxado especialmente por carburantes (13,2%) e alimentos (2,5%). Produção de bens de capital cresce 8% O segmento de bens de capital apresentou em setembro desempenho bem superior ao registrado pela indústria em geral. Na comparação com agosto, os bens de capital aumentaram a produção em 8% (ante 4,3% da indústria em geral) e na comparação com setembro, houve aumento de 8,6% (4,2% na indústria), após seis meses consecutivos de queda nessa base de comparação. Silvio Sales disse que o bom desempenho de bens de capital está sobretudo vinculado aos investimentos no setor agrícola, com comercialização de máquinas e equipamentos para agricultura. No entanto, ele não descarta que o crescimento de bens de capital possa ser também um sinal de retomada de investimento industrial. "Não se sabe ainda se há uma retomada dos investimentos, mas com certeza a situação está melhor do que há dois meses", disse. Leia também: Produção industrial cresce pelo terceiro mês consecutivo Reação do mercado interno fez indústria crescer, diz IBGE

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