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Eletroeletrônicos: alta do dólar pressiona preços

Fabricantes de produtos eletroeletrônicos podem elevar os preços do mercado devido à alta do dólar. O principal motivo alegado é o impacto da elevação nas cotações do dólar na importação de matéria-prima.

Por Agencia Estado
Atualização:

A alta do dólar pode alterar os preços dos produtos eletroeletrônicos. Os fabricantes de aparelhos de som, vídeocassetes, televisores e DVDs pretendem reajustar os preços em até 3% para repassar as cotações mais elevadas da moeda norte-americana nas últimas semanas. Executivos do setor explicam que o aumento vai refletir o reajuste nos preços das matérias-primas importadas dos aparelhos produzidos por empresas nacionais. O vice-presidente da Philco-Itautec, Cáudio Vita, ressaltou que a empresa propôs ao comércio varejista um reajuste de 3% nos preços em fevereiro. Porém, ele explica que o aumento vai depender do poder de barganha dos consumidores junto as grandes lojas do setor. "Muitas lojas e magazines não aceitam a proposta de reajuste, pois ainda têm produtos em estoque", alerta. A Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) avaliou, através de sua assessoria de imprensa, que os fabricantes de produtos eletroeletrônicos estão analisando seus custos e o impacto da alta do dólar sobre os componentes e matérias-primas que utiliza. A instituição avisa que se a pressão do câmbio se refletir, efetivamente, em alta de custos, o setor vai analisar em que medida será necessário repassar esses aumentos. Preços estariam defasados Segundo a Eletros, os fabricantes de eletroeletrônicos vêm reajustando seus preços muito abaixo da inflação nos últimos três anos e acumulam, portanto, defasagem de preços. A instituição aponta o levantamento da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), pelo qual os preços dos eletroeletrônicos, entre janeiro de 1997 e fevereiro último, caíram 7,65% ao consumidor, enquanto a inflação no mesmo período, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fipe, subiu 17,31%. O coordenador da Fipe, Heron do Carmo, acredita que se o reajuste de 3% nos eletroeletrônicos se concretizar o impacto será pouco significativo no índice de inflação. "Este aumento resultaria num impacto muito pequeno na inflação", afirma. Electrolux não reajustará A Electrolux, através de sua assessoria de imprensa, informou que a alta do dólar preocupa, mas a empresa não elevará preços no momento. A Electrolux conta com um estoque de matéria-prima para cerca de 4 a 6 meses. A empresa acredita que o repasse de preços dependerá muito das negociações com os comerciantes, mas os preços podem ser reajustados se tendência de alta do dólar permanecer. A reportagem da Agência Estado procurou os executivos da empresa Multibrás S.A., mas eles preferiram não se pronunciar.

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