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Eletronorte surpreende e entra sozinha no leilão do rio Madeira

Além da estatal, leilão tem mais quatro consórcios para leilão marcado para 10 de dezembro

Por Leonardo Goy e da Agência Estado
Atualização:

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou nesta sexta-feira, 23, que o leilão da usina hidrelétrica de Santo Antônio, no rio Madeira, em Rondônia, marcado para 10 de dezembro, terá cinco grupos interessados, sendo quatro consórcios e a estatal Eletronorte, controlada pela holding estatal Eletrobrás. Esta é a principal surpresa entre os inscritos, já que até o momento acreditava-se que a Eletronorte se associaria ao consórcio liderado pela Alusa. A estatal optou por concorrer sozinha no leilão. A empresa informou que a decisão foi tomada no último momento por motivos estratégicos. As inscrições para o leilão terminaram hoje. Além da Eletronorte, os quatro consórcios que participarão da disputa são: - Madeira Energia, formado por Odebrecht Investimentos em Infra-estrutura (com fatia de 17,6%), Construtora Norberto Odebrecht (1%), Andrade Gutierrez (12,4%), Cemig (10%), Furnas (39%) e o fundo Banif/Santander (20%); - Energia Sustentável do Brasil, com Suez (51%) e Eletrosul (49%); - Empresas Investimentos de Santo Antônio, com Camargo Corrêa (0,9%), Chesf (49%), CPFL Energia (25,05%) e Endesa do Brasil (25,05%); - Norte Energia, único puramente privado, formado por Alupar Investimentos (37,5%), Indústrias Metalúrgicas Pescarmona (15%), Schahin Holding (27,5%), UTC Engenharia (10%) e Schahin Engenharia (10%). Além disso, 31 distribuidoras de todo o País também se inscreveram para comprarem a energia que será gerada pela hidrelétrica de Santo Antônio. "Na prática, é como se a própria Eletrobrás tivesse se inscrito", comentou uma fonte que está participando da montagem de um dos consórcios. "A Eletronorte sozinha não tem condições financeiras de tocar o empreendimento e o BNDES não pode financiar as empresas estatais. Não sei como a Eletronorte vai viabilizar a sua participação", complementou a fonte. Participantes Na avaliação dessa fonte, o consórcio liderado pelo consórcio Odebrecht/Furnas reúne "muitas possibilidades" de sair o vencedor. As duas empresas analisam o projeto há mais de três anos e conseguiram atrair para o projeto a Cemig e a construtora Andrade Gutierrez. "A Cemig tem muita experiência na construção de grandes usinas e tem credibilidade internacional", complementou a fonte, lembrando que a estatal mineira integra o índice Dow Jones de Sustentabilidade Empresarial. "É a única do setor elétrico brasileiro. Nem a Eletrobrás conseguiu", complementou. A decisão da construtora Camargo Correa de participar com apenas 0,9% no consórcio, que aglutina ainda os grupos CPFL, Endesa e Chesf, foi "inteligente" na avaliação dessa fonte. A Camargo Correa é uma das controladoras da CPFL, juntamente com o grupo Votorantim, e a geradora paulista tem demonstrado eficiência na construção de hidrelétricas nos últimos anos, com quatro grandes empreendimentos na região Sul do País. A Chesf, do grupo Eletrobrás, tem escassas possibilidades de expansão na região Nordeste e terá de buscar outras regiões para continuar crescendo. O consórcio integrado pelo grupo franco-belga Suez, em conjunto com a Eletrosul (outra subsidiária da Eletrobrás) aposta na "transparência" e na ausência de conflito de interesses no grupo, já que não aglutina construtoras ou fornecedoras de equipamentos. Além disso, o grupo assumiu o compromisso de abrir o capital da empresa, caso seja vitorioso, e listá-la no Novo Mercado, da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), atraindo investidores institucionais e o BNDES como acionistas. O consórcio Norte Energia, liderado pelo grupo Alusa, reúne basicamente fornecedores de equipamentos ou serviços para o setor elétrico. "Eles entendem muito de construção e montagem de equipamentos, mas falta um operador, que seria a Eletronorte. Talvez tenham alguma carta na manga", complementou a fonte ouvida pela Agência Estado. Além do grupo Alusa, que está participando com a Alupar (37,5%), o consórcio tem a presença do grupo Schahin, através da empresa holding (com 27,5%) e da Schahin Engenharia (10%). Além disso, o grupo tem a participação da empresa de engenharia UTC (10%) e do grupo Percarmona, com 10%, controladora do grupo argentino Impsa, fornecedor de equipamentos para o setor elétrico.

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