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Eletros cumprimenta Lula por não aceitar salvaguardas argentinas

Por Agencia Estado
Atualização:

A Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) enviou uma carta ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, cumprimentando-o pela decisão de não acatar a proposta argentina de criação de salvaguardas automáticas nas relações comerciais intra-Mercosul. "Ao tomar essa decisão, o governo brasileiro se posiciona corretamente em defesa da indústria brasileira e contra as investidas protecionistas da Argentina", afirma Paulo Saab, presidente da entidade. A possibilidade de que o Brasil viesse a aceitar as regras para reduzir automaticamente o comércio entre os dois países e proteger, assim, alguns setores empresariais argentinos, vinha preocupando os fabricantes de eletroeletrônicos, que chegaram a enviar ontem um ofício de alerta à Confederação Nacional da Indústria (CNI). No documento, a Eletros advertia que a criação de instrumentos de salvaguarda poderia afetar diretamente o setor eletroeletrônico de consumo e infringir os termos do Tratado de Assunção. Perdas Segundo a Eletros, a indústria eletroeletrônica de consumo do Brasil tem sido bastante afetada pelas medidas da Argentina, como as Resoluções Nº 444 e 177, que impuseram o regime de licenças não automáticas para as lavadoras de roupas; as salvaguardas para os televisores - com a criação de uma taxa de 21,5% sobre os produtos provenientes da Zona Franca de Manaus, e a imposição de cotas para os refrigeradores e fogões. "Esta foi a primeira negativa do governo brasileiro às medidas arbitrárias tomadas pelo governo argentino, embora os conflitos comerciais tenham se estabelecido em julho e já provocado sérios prejuízos ao setor eletroeletrônico", lembra Saab. Necessidade de normas eficazes e claras Estes conflitos, segundo ele, "somente têm sido administrados em função da boa vontade e compreensão do setor industrial brasileiro, que aceitou introduzir um mecanismo de acordo restritivo voluntário empresarial, na convicção de atender, com um gesto generoso, ao pleito dos governos". A Eletros tem reiterado que essas medidas não resolverão as assimetrias macroeconômicas, e continuam mascarando o verdadeiro cerne da salvaguarda, que é a demonstração do dano por parte do fabricante argentino. "O estabelecimento de normas eficazes e claras é o único caminho para se preservar o projeto político de integração Mercosul", defende o presidente da entidade.

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