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Elogios de Lula à economia sinalizam que Meirelles fica BC

Até a entrevista desta quinta, não pairavam dúvidas quanto à permanência de Guido Mantega e Paulo Bernardo, mas, sim, a de Meirelles à frente do BC

Por Agencia Estado
Atualização:

A declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante café da manhã com jornalistas, de que a "a área econômica está blindada pelo sucesso dela" elimina as dúvidas quanto à permanência do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e enfraquece o fogo amigo de dentro do governo e das hostes petistas. Lula validou o conservadorismo do Banco Central na condução da política de definição das taxas de juros e de câmbio e a firme decisão do BC de fortalecer a posição das reservas cambiais do país, atualmente superiores a US$ 100 bilhões. Até a entrevista desta quinta, não pairavam dúvidas quanto à permanência no governo dos ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Planejamento, Paulo Bernardo, mas, sim, a de Meirelles à frente do BC. As incertezas motivaram, inclusive, uma situação constrangedora para Meirelles, na terça-feira, durante exposição sobre política econômica na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), do Senado. Na ocasião, o presidente da CAE, senador Aloizio Mercadante (PT-SP), patrocinou a mais severa crítica ao BC. Ele condenou a lentidão do Banco em reduzir as taxas de juros e a decisão de reforçar as reservas cambiais do país. As críticas de Mercadante aconteceram no mesmo dia em que um tombo de mais de 8% da Bolsa de Xangai arrastou as bolsas de valores dos principais centros financeiros no mundo. No Brasil, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) caiu mais de 6%. Na sua exposição, Meirelles exemplificou o momento de oscilação do mercado internacional para justificar uma atitude de "prudência" na condução da política econômica. Fundamentos sólidos Na conversa com os jornalistas, Lula elogiou a política econômica quando disse que, desde a proclamação da República, os fundamentos da economia brasileira não estavam tão sólidos. Para os que têm bombardeado a política de compra de dólares no mercado para o fortalecimento das reservas cambiais, que superaram anteontem o patamar mágico dos US$ 100,360 bilhões, as palavras de Lula foram, mais uma vez, em defesa das ações do Banco Central. Confessou que, em visita à Índia, quando soube que aquele país acumulara mais de US$ 100 bilhões em reservas pensou em que momento o Brasil desfrutaria dessa posição. "Taí, nossas reservas agora estão em US$ 100 bilhões. Isso é uma conquista", disse Lula aos jornalistas. Assim, confirma informações de bastidores segundo as quais sua relação com Henrique Meirelles é boa e dá a ele, Lula, a segurança necessária para bancar as posições assumidas pelo Banco Central.

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