BRASÍLIA - Ao participar de audiência pública no Congresso Nacional, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, fez praticamente o mesmo discurso apresentado na última sexta-feira, em evento no Rio de Janeiro. Lá, ele fez o encerramento do XVII Seminário de Metas para a Inflação, evento do próprio BC.
A audiência pública no Congresso é feita em conjunto pelas comissões Mista do Orçamento, de Finanças e Tributação; de Fiscalização Financeira e Controle; e de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio da Câmara e pelas comissões de Assuntos Econômicos; e de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado. O tema da audiência é "cumprimento dos objetivos e das metas das políticas monetária, creditícia e cambial". Após o discurso, Tombini responde a perguntas dos deputados.
Tombini afirmou que a economia brasileira passa por um período de transição e voltar a afirmar que a inflação voltará a convergir para o centro da meta no fim de 2016. "A política monetária está desenhada para que ajustes sobre inflação fiquem circunscritos a curto prazo", disse.
O presidente do BC tem afirmado que a inflação atingirá a meta no fim de 2016 e não mais ao longo do próximo ano, como dizia anteriormente. De acordo com o relatório de inflação, divulgado em março pelo Banco Central, a chance de estouro da meta em 2015 está superior a 90%.
Pedaladas. O presidente do BC comentou o processo que tramita no Tribunal de Contas da União e analisa as chamadas "pedaladas fiscais" do primeiro mandato de Dilma Rousseff. Ele ponderou que nem todas as transações ativas ou passivas entre instituições financeiras e poder público se resumem a operações de crédito e podem ser de prestação de serviços. "A conclusão da questão não está circunscrita à esfera de atuação do Banco Central. A partir de agora a Corte de Contas começará a analisar os recursos de mérito", afirmou.
Tombini lembrou ainda o fim do programa de swap cambial, encerrado em março, e disse que estratégia foi importante instrumento para agentes públicos.