Publicidade

Em busca de um novo impulso

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Quando caiu a ficha no governo de que o crescimento econômico estava muito fraco, e que as perspectivas não eram positivas, iniciou-se um trabalho na equipe econômica da gestão Dilma Rousseff de "abrir todas as gavetas" com medidas preparadas desde 2009. Isso ocorreu em meio à Copa do Mundo, a partir do início de julho. A missão foi complexa, porque havia a necessidade de atender o anseio do Palácio do Planalto de estimular a atividade sem, ao mesmo tempo, abrir mão de recursos tributários - desonerações fiscais foram descartadas. Por um lado, o Banco Central se preparou para desarmar as últimas medidas de aperto macroprudencial sobre o crédito, baixadas em 2010. De outro, o Ministério da Fazenda entrou com medidas microeconômicas, para facilitar o ambiente de negócios e, também, incrementar a liberação do depósito compulsório que o BC tinha preparado, de forma a irrigar o mercado de crédito. Duas das medidas anunciadas ontem, por exemplo, estavam no radar da Secretaria de Política Econômica desde 2009 e quase saíram do papel em 2013. Uma delas, a concentração de todos os contratos de um imóvel em um documento único, para evitar o périplo dos mutuários por cartórios, chegou a ser defendida publicamente pela Fazenda no ano passado, quando estava prevista em um projeto de lei no Congresso Nacional. Ficou evidente, segundo uma fonte, a necessidade de tirar os bancos da "retranca" do crédito, que na avaliação da equipe econômica tem sido um dos fatores que prejudicam a atividade econômica. A questão foi novamente discutida pelo ministro Guido Mantega em reunião com os principais banqueiros do País há duas semanas. Mesmo que as medidas demorem para surtir efeito, o governo quer passar a imagem de que trabalha para reverter o quadro ruim e que será capaz de fazer os ajustes necessários para a retomada do crescimento. De certa forma, se preparando para o resultado do PIB, que será divulgado na próxima semana, e que pode apontar recessão técnica.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.