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Em comunicado, BRF reforça que cumpre regulamentos brasileiros e internacionais

Ao comentar sobre a ex-funcionária autora da ação trabalhista que serviu como parte das provas da investigação, a companhia afirma que as denúncias 'foram tomadas com seriedade'

Por Camila Turtelli
Atualização:

A BRF divulgou nesta segunda-feira, 5, um novo e mais completo comunicado sobre a Operação Trapaça, da Polícia Federal, na qual a companhia é suspeita de burlar laudos sobre a presença de salmonela em seus produtos para a exportação para determinados países. "A empresa está mobilizada para prestar todos os esclarecimentos à sociedade", diz, na nota.

Sobre o lote de 46 mil pintos de um dia citado na acusação, a BRF diz que foram realizadas análises microbiológicas que não identificaram presença de bactéria. Foto: Nacho Doce/Reuters

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A BRF afirma que segue normas e regulamentos brasileiros e internacionais referentes à produção e comercialização de seus produtos. "Com base nos documentos disponíveis, a BRF entende que nenhuma das frentes de investigação da Polícia Federal diz respeito a algo que possa causar dano à saúde pública", ressalta.

Em relação às denúncias até então divulgadas, a empresa diz que sobre salmonela do tipo Pullorum, citada pela PF em relação à produção em Carambeí (PR), "é essencialmente de aves e não causa nenhum dano à saúde humana". A empresa diz ainda que segue todos os monitoramentos estabelecidos pelo Plano Nacional de Sanidade Avícola (PNSA) e Instrução Normativa nº 20.

Sobre o lote de 46 mil pintos de um dia citado na acusação, a companhia diz que foram realizadas análises microbiológicas que não identificaram presença da bactéria S.Pullorum. Porém, ela foi identificada em matrizes e lotes de frango de corte no mesmo período em Carambeí.

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"Os resultados dessas análises foram devidamente notificados ao Serviço Veterinário Estadual e ao Serviço de Inspeção Federal, como determina a legislação", afirma. A empresa diz ainda que o ofício foi encaminhado no dia 18 de abril de 2016 ao Serviço Estadual. "Outros 28 ofícios relacionados ao assunto foram encaminhados ao Serviço Federal", afirma.

Em relação às citações envolvendo o composto "premix", que é adicionado como complementação às rações animais, a alimentícia diz que suas fábricas que produzem o produto são registradas e certificadas pelo ministério e passam por fiscalização constantemente.

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"A última auditoria do MAPA na BRF ocorreu em outubro de 2017, e todos os parâmetros estavam devidamente dentro das normas", diz. A BRF afirma ainda que os e-mails revelados pela investigação em curso são de três anos atrás. "O teor das mensagens está sendo investigado pela empresa", salienta.

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Por fim, sobre a ex-funcionária Adriana Marques Carvalho, autora da ação trabalhista que serviu como parte das provas da investigação, a BRF afirma que as denúncias feitas por ela "foram tomadas com seriedade pela companhia, e medidas técnicas e administrativas foram implementadas para aprimorar seus procedimentos internos". 

Posicionamento. O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, divulgou um vídeo comentando sobre a Operação Trapaça. Maggi reforçou que a operação foi feita pela PF em conjunto com o Ministério da Agricultura para resolver problemas de relação de laboratórios com empresas produtoras de alimentos. Afirmou, ainda, que a Trapaça se trata de reflexo da Carne Fraca, e "que não tem nada a ver com o momento que estamos vivendo", comentou, sem porém especificar qual momento seria esse.

Ele afirmou que o consumo de carne de aves no Brasil é seguro. "Não há nenhum risco no consumo de carnes de aves das empresas citadas ou não". "Salmonela desaparece quando a carne é cozida ou frita", disse. Maggi acrescentou, ainda, que a discussão sobre essa investigação "é sobre exportação para alguns países" e que se trata de certificados que, segundo a investigação, foram burlados para a exportação a países específicos que têm outras regras em relação à salmonela. "Queremos que as coisas sejam feitas de forma correta e transparente", finalizou.

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