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Em Davos, empresários discutem crescimento do Brasil

Excesso de regulamentações, corrupção e falta de reformas micro e macroeconômicas foram apontadas como obstáculos para economia

Por Agencia Estado
Atualização:

Reformas macro e microeconômicas, menos regulamentação e mais combate à corrupção. Esses são três pré-requisitos essenciais para a economia brasileira poder crescer mais nos próximos anos, segundo a avaliação de cerca de 30 empresários, analistas e investidores que se reuniram nesta sexta-feira, 26, num almoço durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, para avaliar as perspectivas do País. Apesar da presença do ministro da Indústria, Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, e do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, o evento não atraiu muito a atenção dos delegados em Davos. Apenas metade das cadeiras do restaurante do Hotel Central estavam ocupadas. Durante o almoço, cada mesa discutiu um tema relacionado ao crescimento brasileiro. Curiosamente, Meirelles foi o coordenador do grupo que discutiu as reformas. "A nossa discussão apontou que a reforma tributária é a mais urgente", disse. "E o governo já está empenhado em aprová-la o quanto antes." Furlan, por sua vez, não perdeu uma oportunidade para destacar os números positivos da balança comercial brasileira e o aumento da competitividade externa do Brasil durante o governo do presidente Lula. Kristin Forbes, professora associada de economia do Massachusetts Institute of Technology (MIT), disse que as reformas macroeconômicas e uma redução da informalidade no mercado de trabalho são prioritários para o País. "O Brasil apresentou progressos importantes nos últimos anos, mas precisa avançar com mais rapidez no campo das reformas macro para crescer com taxas mais elevadas", disse Forbes à Agência Estado. Juros Apesar do clima descontraído do evento, Meirelles não deixou de ser cobrado pelos elevados juros no Brasil. Antes do almoço, um dos participantes disse ao presidente do Banco Central: "Como pode o Brasil ter uma inflação de 4% e os juros em 14%? Nunca vi isso em lugar nenhum." Meirelles respondeu que a tendência de longo prazo dos juros é de queda. "Estamos no caminho certo", disse.

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