O dólar terminou em alta, enquanto a Bovespa acabou o pregão em baixa, diante de um cenário de cautela dos investidores no exterior e no mercado local. Os motivos de preocupação são a retaliação da China contra os Estados Unidos e o habeas corpus de Lula. O índice de ações perdeu 0,82%, encerrando aos 84.666 pontos, e a moeda americana subiu 0,36%, cotada a R$ 3,3151.
A Bovespa começou o dia rondando a estabilidade, limitada pela cautela que predomina nos mercados acionários internacionais em meio à escalada dos temores de uma guerra comercial.
+ Ações de tecnologia despencam e Nasdaq apaga todos ganhos do ano
Às 10h33, o Ibovespa operava em leve alta de 0,02%, aos 85.387,60 pontos. A tensão foi renovada com a China, que impôs tarifas a 128 produtos importados dos Estados Unidos, em resposta às sobretaxas adotadas pelo governo de Donald Trump ao aço e alumínio vindos do gigante asiático.
A retaliação aumenta a tensão entre os dois países e o temor de uma guerra comercial volta à pauta, em dia de liquidez reduzida já que as praças europeias não operam, em feriado prolongado de Páscoa.
Em Nova York, houve fortes baixas no primeiro dia de negociações do segundo trimestre. O S&P 500 recuou 2,23%, aos 2.581,88 pontos, enquanto o Nasdaq perdeu 2,74%, aos 6.870,12 pontos.
Por aqui, os agentes financeiros monitoram a movimentação política, à espera da retomada do julgamento do habeas corpus pedido pela defesa do ex-presidente Lula. O evento tem potencial para influenciar os mercados, principalmente se o petista sair vitorioso em seu recurso.
+ Prumo confirma negociação com IFC para empréstimo a projeto de termelétrica no Porto do Açu
O voto da ministra Rosa Weber deverá definir o futuro de Lula. Cerca de 4 mil magistrados subscreveram um super abaixo-assinado em favor da prisão em 2ª instância, a ser entregue nesta segunda-feira, 2, aos onze ministros do STF. Apoiadores e grupos contrários ao ex-presidente vão realizar manifestações antes do julgamento.
Pela manhã, a moeda americana passou a cair levemente ante o real, em sintonia com o recuo no exterior frente a divisas principais, como euro e libra, e em relação a algumas moedas ligadas a commodities, a exemplo do peso chileno, rupia indiana e rand sul africano.
O ajuste negativo no mercado local refletiu ainda uma realização de ganhos ante o real, após o dólar ter se valorizado 1,91% em março.
Às 10h03, o dólar à vista caía 0,06%, aos R$ 3,3013. O dólar futuro para maio recuava 0,14%, aos R$ 3,3085.