RECEITAS EXTRAS
A estimativa de menor crescimento na arrecadação neste ano vem num cenário já complexo das contas públicas do país, com o governo se esforçando para cumprir a meta de superávit primário, de 99 bilhões de reais (ou 1,9 por cento do PIB) e recuperar a confiança dos agentes econômicos, abalada pelos mecanismos fiscais e receitas extraordinárias usados no passado.
Neste contexto, a Receita também informou que prevê receitas extraordinárias de 28,4 bilhões de reais neste ano, exatamente a mesma cifra vista em 2013 todo.
Só em abril, e com impacto de renúncias tributárias por desonerações e menor receitas com a economia fraca, a arrecadação federal somou 105,884 bilhões de reais, alta real de 0,93 por cento sobre um ano antes.
Embora o resultado seja recorde para abril, a variação sobre igual mês do ano anterior é mais fraca do que nos meses anteriores. Em março, a arrecadação havia crescido 2,50 por cento sobre um ano antes, enquanto que em fevereiro, a expansão havia sido de 3,44 por cento.
Pesquisa Reuters feita com analistas mostrou que a mediana das expectativas era de que a arrecadação somaria 106 bilhões de reais no mês passado.
Pesou negativamente em abril a renúncia decorrente de desoneração tributária de 8,9 bilhões de reais, além da queda anual na arrecadação de grande parte dos tributos.
No acumulado do primeiro quadrimestre, a arrecadação chegou a 399,310 bilhões de reais, com aumento real de 1,78 por cento em relação a igual período de 2013.