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Em meio à crise política, ata do Copom confirma corte mais lento nos juros

De acordo com o documento, em função do atual balanço de riscos, uma redução do ritmo de flexibilização deve ser o mais adequado na próxima reunião

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Por Fabrício de Castro e Eduardo Rodrigues
Atualização:

BRASÍLIA - A ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) traz novamente a indicação de que em sua próxima reunião, em julho, o colegiado tende a reduzir o ritmo de cortes da Selic.

De acordo com o documento, "em função do cenário básico e do atual balanço de riscos, o Copom entende que uma redução moderada do ritmo de flexibilização monetária em relação ao ritmo adotado hoje deve se mostrar adequada em sua próxima reunião". Esta afirmação repete uma ideia já expressa no comunicado divulgado na quarta-feira passada, após o Copom reduzir a Selic em 1 ponto porcentual, de 11,25% para 10,25% ao ano. 

Brasil segue em posição desfavorável no ranking de maiores taxas reais de juros (descontada a inflação) do mundo Foto: Beto Nociti/Banco Central

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Para onde vai a Selic?

Na ata desta terça-feira, 06, o Copom afirma ainda que o ritmo de cortes da Selic "continuará dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, de possíveis reavaliações da estimativa da extensão do ciclo e das projeções e expectativas de inflação".

Também retomando ideia expressa no comunicado, a ata do Copom ressalta que "a extensão do ciclo de flexibilização monetária dependerá, dentre outros fatores, das estimativas da taxa de juros estrutural da economia brasileira". A taxa de juros estrutural é aquela que permite o crescimento econômico, sem gerar inflação.

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A ata também destacou o choque favorável nos preços de alimentos - já citado em documentos anteriores - à dinâmica positiva nos preços de bens industriais. A ataainda passou a considerar potenciais realinhamentos de preços relativos cujo impacto seja inflacionário. 

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"O Copom entende que deve buscar identificar os efeitos primários desses realinhamentos, aos quais a política monetária não deve reagir", repetiu o documento. 

De acordo com os membros do Copom, "o aumento recente da incerteza associada à evolução do processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira dificulta a queda mais célere das estimativas da taxa de juros estrutural e as torna mais incertas". Ao mesmo tempo, o colegiado afirma que essas estimativas para o juro estrutural "continuarão a ser reavaliadas pelo Comitê ao longo do tempo".

Preços administrados. O Banco Central revisou suas projeções para a alta dos preços administrados em 2017 e 2018. Para este ano, o índice calculado passou para 6,1%, ante os 6,3% expressos na ata anterior, divulgada em abril. 

No caso de 2018, a expectativa do Copom para os preços administrados é de alta de 5,5%, ante variação de 5,4% verificada na ata de abril. No Focus, a projeção está em 4,7%.

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