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Em Nova York, Meirelles destaca 'economia sólida' do Brasil

Presidente do BC cita 'superávit primário, temos inflação convergindo para meta e superávit comercial'

Por Nalu Fernandes e da Agência Estado
Atualização:

Em um momento em que os temores de recessão assombram a economia dos Estados Unidos, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, dedicou-se a mostrar a uma platéia de investidores e analistas, em Nova York, que o Brasil continua tendo bom desempenho, apesar da piora do ambiente externo. "Agora, estamos testando algumas crenças sobre a economia brasileira", afirmou ele, ao abrir o evento.   Meirelles destacou que a situação hoje é completamente diferente da década de 1990. "Naquela época, emergentes e, principalmente, países da America Latina, tinham fundamentos fiscais fracos e a inflação era aguda". Agora, acrescentou ele, "temos superávit primário, temos inflação convergindo para meta e superávit comercial".   Segundo ele, a economia doméstica "está cada vez mais previsível e o País, pela primeira vez em décadas, desfruta dos benefícios da estabilização. Mesmo em uma situação externa muito ruim, o Brasil teria uma situação melhor que no passado". Mas o presidente faz uma ressalva: " é preciso ter cuidado para que, no futuro próximo, não façamos erros do passado".   Para respaldar a avaliação de que a situação do País é mais favorável hoje, o presidente do BC mostrou à platéia o que classificou como "esforço para diversificar exportações". A referência é claramente relacionada aos temores de que a economia dos EUA caia em recessão, já que analistas têm pontuado que os países com laços comerciais próximos aos EUA são os que mais vão sofrer se a recessão se confirmar.   Dados apresentados no evento organizado pela Câmara de Comércio Brasil-EUA mostram que, em 2003, 23,2% das exportações do Brasil eram destinadas aos EUA. Em 2007, este porcentual já havia recuado para 15,8%. "(Os números) revelam o esforço (para diversificação)", afirmou.   Segundo Meirelles, quando o ambiente externo estava bem, a economia brasileira ia muito bem. Com a piora do ambiente externo, acrescentou ele, o que acontece, apenas, é que a economia tem bom desempenho - ou seja, não houve deterioração. "A contribuição da demanda externa para o PIB tem sido negativa", emendou.   Ele apresentou a uma platéia de investidores e analistas dados da economia doméstica nos últimos anos, como a trajetória de queda da relação dívida/PIB, de 56% em 2002 para 42% em 2007, e da construção de reservas internacionais, de cerca de US$ 30 bilhões em 2003 para mais de US$ 180 bilhões em 2008. O presidente do BC destacou que, enquanto as reservas eram acumuladas, o Risco País recuava do nível de mais de 2.000 pontos-base em 2003 para menos de 300 pontos-base em 2007.

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