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Em NY, mercado reage bem a números ruins

Investidor viu, na revisão para baixo do PIB e no recuo na venda de casas novas, espaço para mais um corte de juro

Por Agências Internacionais
Atualização:

O mercado acionário dos Estados Unidos fechou em alta ontem com o Índice Dow Jones chegando perto do nível recorde - 14 mil pontos - alcançado antes da crise hipotecária desencadeada em julho. Mesmo não sendo números positivos, os indicadores econômicos divulgados ontem deixaram os investidores otimistas com a possibilidade de o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) fazer um novo corte na taxa de juros. O Dow Jones fechou em alta de 0,25%, com 13.912,94 pontos. O S&P 500, por sua vez, teve alta de 0,39%, fechando com 1.531,38 pontose o índice de tecnologia Nasdaq subiu 0,39% e foi para 2.709,59 pontos. O Departamento do Comércio americano informou que a economia do país fechou o segundo trimestre deste ano com expansão de 3,8%, abaixo dos 4% da estimativa inicial, mas acima do 0,6% registrado entre janeiro e março. O dado foi visto como sinal de que a economia se manteve robusta no período, mas para o terceiro trimestre a expectativa é de que o resultado seja bem menor por refletir os problemas de inadimplência no segmento de hipotecas de risco (subprime). Já o dado ruim sobre vendas de imóveis novos acabou sendo visto pelo lado positivo, na medida em que reforça a percepção de mais um corte de juros (o que tem alimentado a alta das bolsas dos países emergentes nos últimos dias). Houve uma queda de 8,3%, em agosto para 795 mil unidades (dado anualizado). Esse é o menor nível desde 2000. Na terça-feira, a Associação Nacional de Agentes de Bens Imobiliários informou que as vendas de casas usadas caíram a seu ritmo mais baixo em cinco anos, e o estoque é o mais alto em 18 anos. Ainda ontem, o Departamento de Trabalho mostrou que o número de solicitações de seguro-desemprego caiu, inesperadamente, na semana passada em 15 mil pedidos e ficou em 298 mil, o nível mais baixo desde o dia 12 de maio. PIB O ímpeto da economia foi liderado entre abril e junho pelo aumento do valor das exportações e dos investimentos das empresas em bens tangíveis. Este último sugere otimismo no setor empresarial. Em um ano, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1,9%, isto é aproximadamente um ponto porcentual abaixo do que os economistas acreditam ser o potencial de aumento sustentável a longo prazo. Em termos de dólares, não ajustados por inflação, o PIB subiu no segundo trimestre 6,6% e alcançou um valor anual de US$ 13,77 trilhões. A despesa dos consumidores, que representa mais de dois terços do PIB dos EUA, aumentou a um ritmo anual de 1,4%, comparado com um ritmo de 3,7% no primeiro trimestre. O índice de preços em despesas de consumo, uma medida da inflação à qual o Fed presta mais atenção que ao popular Índice de Preços ao Consumidor (IPC), subiu no segundo trimestre a um ritmo anual de 4,3%. Isso mostra a inflação mais acelerada desde os fatos que antecederam a Guerra do Golfo em 1990. Mas esse aumento se deveu, principalmente, ao aumento dos custos da energia. Se forem excluídos os preços de alimentos e energia, os mais voláteis, o núcleo da inflação no índice de preços de despesas foi de 1,4%, o menor em quatro anos.

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