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Em Paris, hotéis e lojas já atendem em português

Com crescimento de 10% no número de turistas brasileiros, Paris recorre à grande colônia portuguesa para atender à nova clientela 

Por Andrei Netto e de O Estado de S. Paulo
Atualização:

Destino mais procurado por turistas no mundo, à frente dos Estados Unidos e da Espanha, a França está se adaptando aos poucos à mudança progressiva no perfil de seus visitantes. Além de continuar acolhendo milhões de europeus, americanos, japoneses e árabes, Paris agora está aprendendo a lidar com novos perfis de turistas, os oriundos de países emergentes, como China e Brasil.

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O número de turistas brasileiros cresceu 10% no último verão. De olho na nova demanda, empresas de franceses e de brasileiros começam a prestar serviços em português para atrair clientes. Um dos macetes já utilizados pelo comércio é empregar funcionários de origem portuguesa, uma colônia forte em Paris desde os anos 70, ou contar com franceses ou brasileiros bilíngues.

Na hotelaria, as opções são variadas. Em um dos grandes hotéis cinco estrelas da capital, o George V, o português é uma das três línguas não europeias faladas pelos funcionários, ao lado do árabe e do japonês.

Clientes brasileiros. Coincidência ou não, o número de clientes brasileiros vem crescendo. Entre 2009 e 2010, o aumento no número de turistas de classe A chegou a 20% no hotel. A participação de brasileiros segue marginal, de 4% - ou 10 vezes menos que a de americanos, os maiores frequentadores.

Mas a tendência é de crescimento, pelos prognósticos de Christopher Norton, diretor-gerente do hotel. Mas receber atenção em português não é privilégio dos mais abastados.

Opções mais em conta, como o Hotel du Brésil, um duas estrelas situado nas imediações do Panthéon, ou o já conhecido dos jornalistas Victoria Châtelet, três estrelas próximo ao Sena, também acolhem brasileiros com um sotaque familiar.

Transporte especial. Quem procura transporte especial pela capital também pode encontrar companhias que prestam serviços em português. Em geral, são empresas pequenas e médias montadas por brasileiros especializados em atender compatriotas. É o caso da Duga, que presta serviço personalizado, com todos os funcionários bilíngues.

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A mesma estratégia também pode ser encontrada no comércio. Situada na Rue de Rivoli, bem em frente ao Museu do Louvre, a Benlux, loja de cosméticos fundada em 1959 por monsieur Benedek, descobriu há décadas o filão dos turistas. Dos 150 funcionários, 10% são brasileiros, uma forma de garantir a boa comunicação.

"O mais importante é falar a língua, que é um diferencial. O cliente fica muito mais encorajado quando se sente compreendido", ensina Osmar Celice, 59 anos, relações públicas da empresa. A estratégia vem rendendo frutos.

Em 18 meses, Celice vê um acréscimo de 40%, "sem dúvida", da clientela brasileira, que hoje varia entre 200 a 250 por dia. "Os brasileiros estão chegando com um poder aquisitivo maior", diz.

Com um pouco de sorte, é possível encontrar restaurantes, cafés, ônibus de turismo e barcos com serviços em português. Isso porque, ao contrário de países como o Reino Unido, de onde o fluxo de turistas para a França caiu 49% em 2009, o do fluxo de turistas do Brasil voltou a crescer: 10% só no último verão europeu, em relação ao ano anterior.

 

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